Tirullipa: faturamento durante a pandemia triplicou (Divulgação)

A pandemia da Covid-19 fez com que muitos buscassem entretenimento no digital. Com isso, um nicho vem crescendo consideravelmente: os influenciadores de humor.

No Instagram, nomes como Tirullipa (21 milhões de fãs) e Whindersson Nunes (45 milhões de fãs) possuem um crescimento de fazer inveja a qualquer marca. Desde janeiro de 2020 até agosto, os dois ganharam, em média, 545 mil e 776 mil seguidores, respectivamente, por mês. 

“Houve uma procura muito grande, um aumento grande, devido a essas resenhas que a gente fez durante a pandemia. O conteúdo ficou muito bom. Peguei meu sogro para Cristo e foi uma loucura. O velho dentro de casa, não tinha nada pra fazer. Comecei a pôr na internet e começou a viralizar. Mais que triplicou meu faturamento em termos de rede social”, conta Tirullipa.

O êxito já chamou a atenção de marcas como Tipay, Riachuelo, PicPay, Subway, 99 e Skol, cujo garoto-propaganda atual é o próprio Tirullipa. Uma parceria que surgiu depois de um episódio inusitado. “Não combinei com a Skol que ia pegar a mesa na live do [Wesley] Safadão e ia correr de um lado para o outro. Ela se transformou na minha companheira. Depois fechei com eles”, relata.

Já para a 99, Whindersson preparou um vídeo no Instagram para divulgar o serviço de entregas da empresa. Com uma dentadura protuberante, o humorista dialogou consigo mesmo para promover a empresa.

Alex Monteiro, sócio-fundador da agência Non Stop (Divulgação)

“Quando você dá vasão para essa pessoa criar, você tem coisas maravilhosas”, opina Alex Monteiro, sócio-fundador da Non Stop, agência que traz Whindersson e Tirullipa no casting, entre outros nomes.

Para o executivo, a espontaneidade dos humoristas vem garantindo o crescimento. A criação das campanhas, geralmente, é feita a seis mãos: anunciante, criador e produtora. “Estes humoristas entram na casa das pessoas de uma forma muito mais leve, principalmente quando se trata de um período de pandemia. Então, é uma fuga que as pessoas estão tendo. As pessoas se sentem vivendo aquele dia a dia”, analisa.

Segundo Monteiro, é preciso amplificar as ideias do próprio influenciador para os projetos de marca. “A gente não consegue mais ser alguém que determina um projeto com o influenciador. A gente parte do influenciador que entende a sua rede, que entende o seu nicho e nós cocriamos junto com ele potencializando essa ideia. Dentro da Non Stop, abrimos a Nichados que é uma produtora de conteúdo para produzir esses influenciadores. Quando a gente entregava somente um influenciador para um canal ou para uma produtora, perdíamos o principal ativo dele que é o modo único dele produzir. Você tem um Whindersson que tem um processo criativo totalmente único. É dele. Ele sabe ler o público dele. E muitas vezes uma outra produtora não vai entender como a gente, pelo fato de estarmos ali vivenciando”, explica.

Para Tirullipa, outra dica é planejar e testar. “Eu não parei na quarentena, enquanto muitos pararam”, diz. O humorista revela que, pela quantidade de shows, não dava a atenção devida para as redes sociais. “Na quarentena não, eu tive de criar. Acordar todo dia tal hora da manhã, acordar o velho [o sogro] e dizer que teríamos uma meta de gravarmos de cinco a seis vídeos por dia. Aí comecei a fazer e ter essa meta. Quando um não dava certo eu metia outro”, ensina o humorista que lançou, recentemente, uma série no Facebook Watch.