A Kantar Ibope Media divulgou seu novo estudo sobre previsões digitais para esse ano. Uma das tendências claras é o crescimento do Snapchat, que já é a segunda maior rede social depois do Facebook. A rede quer ir além do social, diversificar, lançar novos produtos como os óculos/câmeras Spectacles. O nome da marca mãe deve se transformar em apenas Snap. A partir daí, muitas novidades virão ainda este ano.

Também veremos, cada vez mais, a integração da realidade aumentada e da realidade virtual nas nossas vidas. As redes sociais investem em filtros e produtos inspirados na realidade aumentada (o próprio Spectacles, do SnapChat, é um bom exemplo). Esta é a segunda tendência apontada pelo estudo da Kantar: as redes sociais serão cada vez menos “independentes” e ficarão mais parecidas com a eletricidade: menos visíveis, incorporadas às vidas das pessoas e integrando tecnologias como RV, RA e IA.

Terceira tendência: estamos na era das experiências. A distribuição de conteúdo evoluiu, marcas e mídias buscam novas abordagens. À medida em que apps de mensagens e inteligência artificial se expandem, novas estratégias de chatbot de conteúdo e apps de realidade aumentada entram em cena também. Seja em jogos para celulares como Pokémon GO ou aplicativos de notícias dedicados, como New York Times VR. Não se trata, segundo o levantamento da Kantar, de uma questão de só promover narrativas, mas de usar o conteúdo como veículo para oferecer experiências imersivas e memoráveis. A inteligência artificial entra nas nossas vidas cada vez mais como coadjuvante, pois a conexão humana se mantem essencial.

Outra tendência: à medida que a tecnologia dos chamados chatbots se desenvolve em plataformas de mensagens, espera-se que esta se torne muito mais proeminente este ano. Mas é preciso relativizar: a comunicação automatizada com as pessoas não pode fazer.  Quando se trata do “dark social” (compartilhamento que ocorre em particular), não são mais as marcas que iniciam uma conversa com os consumidores e sim ao contrário. Mantendo a privacidade do público, as marcas podem cultivar uma conexão humana mais personalizada como parte de sua estratégia de marketing. A Adidas é um bom exemplo com seus “Tango Squads”, que operam em apps de mensagens diretas como Facebook Messenger e WhatsApp compartilhando conteúdos exclusivos e novidades de produtos antes de serem revelados publicamente através dos canais oficiais da marca. Não há dúvidas: se as marcas quiserem aumentar a sua relevância em públicos proveitosos, elas deverão se conectar ao Dark Social.

Quinta tendência: o crescimento das redes de pergunta e resposta nos quais as estrelas são celebridades e influenciadores. Bons exemplos são “Ask me Anything”, Fenda, Zhihu Live, TipTalk, Wiselike. Usuários fazem perguntas a celebridades mediante tarifas, por exemplo, ou acessam sessões privadas com peritos de diversos setores.

Ganha força a chamada “economia da confiança”: o marketing de influenciadores deve  brilhar em 2017, e a confiança é a maior estrela de todas. A linguagem moderna da confiança é uma interface de usuário engenhosa e, acima de tudo, alimentada por ótimas influências, classificações e críticas. Em breve, a confiança poderá ser uma mercadoria que os consumidores exigirão das marcas e das pessoas com quem interagem. E as próprias personalidades estarão passíveis a avaliações e  questionamento de reputação.Já existem até mesmo escolas de influência para profissionalizar ainda mais o papel desses influenciadores. Na França, por exemplo, o Youtube e a L’Oréal lançaram a BeautyTube, uma nova escola online de vlogging de beleza.

A chamada TV Social – união da TV com as mídias sociais – só fará crescer em importância e torna-se ponto de partida para uma nova geração de telespectadores. É a sétima tendência do estudo da Kantar Ibope Media. As redes sociais serão cada vez mais espaços de extensão da TV, com audiências discutindo, incessantemente, os programas de TV fora do horário de transmissão. Por sinal, as conversas fora da janela de transmissão tornaram-se maiores do que aquelas que acontecem durante o programa. 

Outra tendência é o fortalecimento dos assistentes virtuais, que devem suplantar os mecanismos de busca tradicionais. O comércio social também vai crescer,  o que indica que o botão “comprar” vai aparecer cada vez mais na navegação digital. Muitas redes estão seguindo o exemplo do Facebook e expandindo o uso de ferramentas sociais de compras.

E por fim, 2017 também deve trazer uma revolução na maneira como se conversa no trabalho. Há diversas ferramentas sendo lançadas para conectar equipes – como o Workplace, Slack, o HopChat, entre outros.  Essa é uma tendência que sinaliza o papel crescente das mídias sociais e de bots de conversa em negócios atuais. Espera-se a adoção massiva de ferramentas de mídia social e uma revolução na maneira como nós conversamos no trabalho.