Em março de 2015, a Nintendo – outrora gigante insuperável dos games – anunciou que, em um ano, seus jogos estarão disponíveis para dispositivos móveis, como smartphones e tablets, a fim de alcançar centenas de milhares de novos usuários que hoje optam pelas plataformas mobile. A Netflix, atual imperatriz mundial da distribuição audiovisual, que começou como um serviço de locação de filmes em 1997, hoje é a mais popular ferramenta de streaming por assinatura do planeta – e seus apps para diferentes aparelhos como televisores, consoles de videogame, celulares e tablets são responsáveis diretos pelo sucesso no Brasil e no mundo.

Tal convergência – no sentido empregado pelo autor Henry Jenkins em seu livro mais famoso – demonstra que tanto usuários quanto empresas planejam, cada vez mais, unir acessibilidade e conteúdo em um único lugar – ou seja, possibilitar que qualquer pessoa viaje de um canto a outro do mundo (cultural, informacional, de entretenimento ou serviços) a partir de simples toques em uma telinha. Por aqui, como em outros países globalizados, não é diferente.

A sede da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 está no top 5 mundial em quantidade de aplicativos – contando com apps que tanto se encaixam, majoritariamente, em jogos, quanto em outras categorias como educação, ferramentas, negócios, lifestyle e entretenimento. O diferencial, no nosso caso, é o vasto campo de criação e a verdadeira vocação em produzir conteúdo de qualidade.

Um exemplo da força dos aplicativos brasileiros, como os voltados às crianças, é o case da Galinha Pintadinha, que conta com milhares de downloads diários, inclusive em suas versões em inglês e espanhol. O app conseguiu se estabelecer no mercado por ser acessível a partir de um canal muito mais democrático – as App Stores – do que as mídias tradicionais (como a televisão) e pela força inquestionável do material base, que faz sucesso em todas as localidades em que foi distribuído.

A evolução dos canais de distribuição de conteúdo está intimamente ligada à ascensão tecnológica que presenciamos dia após dia. Transformar essa necessidade dos usuários em negócios rentáveis é mais que uma oportunidade, mas uma tendência natural para as empresas que almejam destaque nesse início de século. Por sorte – ou esperteza – o Brasil está fazendo a lição de casa.

*Roberto Icizuca é diretor de marketing e operações da Ø1 Digital (www.zeroum.com.br) empresa pioneira da Internet no Brasil que oferece soluções de comunicação digital mobile, como idealização e desenvolvimento de aplicativos infantis e educativos como os sucessos Galinha Pintadinha, Patati Patata, Palavra Cantada, Bebê Mais, MPBaby e Os Pequerruchos