A Netflix entrou com reclamação direta no Supremo Tribunal Federal (STF), após o Ministério Público do Rio de Janeiro suspender o especial de Natal “A primeira tentação de Cristo”, criado pelo Porta dos Fundos, e exibido pela plataforma.

A Netflix questiona a decisão do desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível, de suspender o conteúdo.

Em posicionamento oficial, a empresa defende a permanência do conteúdo. “Nós apoiamos fortemente a expressão artística e vamos lutar para defender esse importante princípio, que é o coração de grandes histórias.”

O vídeo faz uma paródia ao aniversário de Jesus (Gregório Duvivier) e coloca em dúvida a orientação sexual do personagem.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, diante das pressões e críticas da comunidade religiosa, o desembargador acatou ao pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura para a retirada do conteúdo.

Para o magistrado, a retirada de conteúdo é “benéfica” para a comunidade cristã e para a sociedade brasileira, “majoritariamente cristã”.

O pedido de suspensão do especial já havia sido feito pela entidade, mas foi negado em primeira instância. Há pelo menos sete ações na justiça contra a Netflix com o mesmo pedido.

A insatisfação com o vídeo virou, inclusive, caso de polícia, depois que a sede do Porta dos Fundos foi atacada com coquetéis molotov no Rio de Janeiro.

Apesar das opiniões divididas, o Porta dos Fundos recebeu recentemente o Emmy Internacional na categoria melhor comédia justamente pelo seu especial de Natal – desta vez, o de 2018, uma sátira a última ceia de Cristo antes de ser crucificado.