Segundo dados apresentados pela consultoria Counterpoint Research no mês de julho, as assinaturas globais de serviços de streaming de música e podcast cresceram 35% no primeiro trimestre de 2020. Entre os motivos para a melhoria nos resultados está o período de isolamento social, causado pela pandemia da Covid-19.

O Spotify, que nasceu em 2008, lidera o ranking com 30% de participação de mercado em termos de receita e 33% em assinaturas pagas. “Na parte de podcasts, os números também aumentaram, passando de 19% para 21% em termos de usuários ativos que se engajam com o segmento. Contamos hoje com mais de 1,5 milhão de podcasts, nos mostrando que o entretenimento em áudio vem sendo uma ótima forma de atrair mais assinantes”, comenta Bruno Belardo, diretor de vendas do Spotify no Brasil.

Para Marcos Swarowsky, diretor-geral da Deezer no Brasil, além do alto consumo de mídia, neste período também foi possível observar uma mudança na rotina das pessoas. “Foram surgindo novas ocasiões de consumo de streaming e se espalhando ao longo do dia, como, por exemplo, malhar em casa, fazer home office e entreter as crianças.

Belardo: Spotify lidera participação no segmento; Marques: Orelo vai remunerar podcasters por conteúdo; Swarowsky : “Surgiram novas ocasiões de consumo”

Durante o mês de abril, realizamos uma pesquisa em oito países diferentes. O resultado revelou que mais da metade dos brasileiros entrevistados, cerca de 51%, estão ouvindo mais músicas do que antes do isolamento, para melhorar o humor e disfarçar a solidão. Além disso, 43% ouviram podcast pela primeira vez durante a quarentena. Com isso, vimos um incremento de 30% de novos usuários em nossa plataforma no período”, ressalta.

Manter o usuário ativo nos aplicativos é um desafio. Com isso, as empresas apostam na constante renovação do catálogo, novas ferramentas e formatos diferenciados de conteúdo. No último mês, o Spotify apresentou Sofia, sua primeira áudio série de ficção com roteiro em formato de podcast. A produção original da Gimlet, empresa adquirida pela companhia em 2019, é estrelada por Cris Vianna, Monica Iozzi, Otaviano Costa e Hugo Bonemer.
“Buscamos intensamente uma aceleração na inovação de produtos, a fim de enriquecer a experiência do consumidor. Neste trimestre também lançamos o Lyrics em 26 países e atendendo mais de 100 milhões de nossos usuários. Constantemente, adicionamos ou aprimoramos recursos, como nosso recente anúncio de que removemos o limite de faixas que um usuário pode baixar em seu celular, oferecendo agora a capacidade de salvar um número ilimitado de músicas, álbuns e podcasts em sua coleção dos favoritos”, diz Belardo.

Outra novidade da plataforma foi a produção de sua primeira campanha para a televisão. O filme, realizado pela O2, comunica as vantagens de ser um usuário premium família. Como parte da estratégia de expansão, a Deezer também reforçou a comunicação para que mais pessoas pudessem conhecer os benefícios da plataforma. “O Brasil é um dos principais países para a Deezer no mundo, e o investimento local é constante. Pela primeira vez oferecemos três meses grátis simultaneamente em todos os nossos planos, com ampla divulgação. Além de anúncios em mídias sociais, trabalhamos com uma rede de influenciadores e parcerias com outros canais, como o Gloob. Além disso, desenvolvemos conteúdos especiais, exclusivos e somos a plataforma que mais aproxima o artista do fã”, salienta Swarowsky.

De olho no fortalecimento dos podcasts, chega ao mercado a Orelo. O projeto, criado por Luiz Felipe Marques, oferece diversas produções originais e um vasto catálogo global com mais de 700 mil títulos. Além disso, um dos diferenciais da plataforma está no modelo de remuneração para os criadores de conteúdo.

“A Orelo chega como pioneira nesse modelo de remuneração, no qual todos os podcasters, sendo exclusivos ou não, serão pagos por streaming. Além disso, ainda vamos repassar um percentual, cerca de 30%, do valor da nossa receita das assinatura diretamente aos produtores de conteúdo. A plataforma ainda permite que os próprios ouvintes contribuam com seus podcasters, por meio de mecanismos de financiamento coletivo. A ideia é criar algo próximo a um conceito de pequeno mecenato, onde várias pessoas, com contribuições pequenas, possam financiar a cultura, apoiando os artistas”, diz Luiz Felipe Marques, fundador da Orelo.

Ainda segundo o executivo, o mesmo vai acontecer com as marcas. “Elas vão estar presentes na plataforma e apoiando os projetos e podcasters que mais se aproximem dos seus posicionamentos e estratégias de conteúdo. Mais do que isso, as marcas vão coproduzir séries em podcasts em parceria com a Orelo e com os creators”, finaliza.