DM9DDB firma acordo com The Economist
No ano em que completa 25 anos de fundação, a DM9DDB decidiu concentrar esforços em projetos proprietários para ser mais competitiva – um movimento que também acontece com outras grandes do setor – e vem investindo cada vez mais em pessoal para não perder o seu DNA criativo e renovar a sua estrutura. Com a chegada de Adrian Ferguson (ex-Wunderman), que assumiu há duas semanas como vice-presidente de mídia, a agência encerra um ciclo e também completa o seu board, formado por Alcir Gomes Leite e Paulo Queiroz, como copresidentes; Marcelo Passos, VP de atendimento; Laura Chiavone, VP de planejamento; e Marco Versolato, VP de criação.
Uma das novidades fica por conta de um estudo exclusivo que a DM9 está desenvolvendo junto com a unidade de inteligência da revista inglesa The Economist, para fazer uma investigação profunda sobre a indústria automobilística, uma carta que seus executivos esperam ser decisiva para atrair a atenção do setor, já que a agência está sem uma conta de carro há alguns anos. “Já que nós não temos um carro na garagem, vamos desenvolver um esforço internacional, trazendo um parceiro internacional, para aportar conhecimento ao nosso estilo. Esperamos atrair a atenção da indústria automobilística, que é tão competitiva. É muito importante para uma agência do nosso porte ter uma conta de automóvel”, afirma Paulo Queiroz.
O projeto está sendo liderado por Laura Chiavone. “A gente contratou a The Economist e neste momento estou coordenando times de Londres, Nova York, São Francisco e Brasil, que estão fazendo um grande estudo sobre o que é o mercado brasileiro de automóveis, de inovação, de infraestrutura, sobre o que vai acontecer nos próximos cinco anos, pensando no consumidor, na indústria e em tendências, para que a gente consiga entender esse mercado, ter as fontes de informação mais críveis e com autoridade começar a trabalhar oportunidades concretas para termos o nosso carro na garagem”, completa Laura.
Queiroz conta que desde o começo da sua gestão compartilhada com Leite, no início de 2013, após a saída da presidência da agência de Sergio Valente – que assumiu a direção da Central Globo de Comunicação – o objetivo era refazer todo o comando da agência que, segundo ele, era vertical. “A gente optou por fazer uma gestão aberta e ocupamos uma posição num board onde todos participam das decisões da agência. Gastamos mais da metade do nosso tempo pensando a gestão, a estrutura da empresa”, diz ele.
Relevância criativa
Já Alcir Gomes Leite destaca que precisava trazer a DM9 de volta para os principais valores dela, que é sua relevância criativa. “O Versolato encabeça um dos mais importantes e notórios times de criação do Brasil. A reformulação que ele fez na criação é para buscar de volta uma autoridade, a relevância criativa que sempre fez a história da DM9. Não que se perdeu em algum momento, mas a criatividade é um valor da DM9 e não de uma pessoa. Era muito importante que a agência fosse inteira remodelada nessa direção”, pontua Leite.
Queiroz, por sua vez, é mais incisivo. “Se a gente não achar que está em risco, não muda, e se não mudar, como está fica e envelhece. Acho que tem que ter um inconformismo na cabeça, de estar sempre em busca de uma alternativa melhor. O nosso mercado passou a viver essa avalanche de testes para garantir o melhor retorno sobre o investimento para os anunciantes. Hoje, o mercado é muito mais competitivo. Agora também se corre um risco enorme, de tanto reduzir riscos, de fazer um trabalho medíocre, por isso que é importante renovar time de criação, trazer gente que tenha essa visão de fazer diferente nas outras áreas, com intelectualidade e com pegada digital. Aí se consegue atualizar a empresa”.
Queiroz lembra que a DM9, como uma agência global (40% pertencem ao Grupo ABC e 60% à DDB), tem grande responsabilidade dentro da rede, uma vez que é o escritório da DDB mais premiado, com maior número de Leões (são mais de 110) e também com a mais alta performance na conquista de contas – ganhou, nos últimos meses, Walmart, CRM (Kopenhagen e Brasil Cacau), Hertz Locadora, Band-Aid e Cotonete (J&J), Qualy e Deline (da BRF), além do Twitter. Por isso vem investindo cada vez mais em pessoal. “Estamos investindo muito mais em pessoal. Mais de 70% dos nossos custos estão associados a pessoas, seja pelo salário ou formação delas”, conta ele.
O departamento de criação da DM9, liderado pelo VP Marco Versolato, tem 80 pessoas e vem se renovando constantemente. “A gente luta para formar líderes criativos e deixar a agência em alta performance, também com profissionais mais seniores. Acabamos de trazer Leo Macias, Paulo Junger e Alexandre Vilela (o Xã) e, a partir de segunda-feira, o Digão (o redator Rodrigo Senra, que deixa a Neogama/BBH) também começa aqui”, conta Versolato. O VP de criação diz que acabou de fazer uma recente promoção com Marcelo Páscoa, que assumiu o grupo de inovação e demonstra a estratégia da agência na área. “Até de propósito a gente colocou como líder deste grupo uma pessoa que veio de branded content e não de digital, ele tem uma experiência de storytelling. Acho que isso é o que faz a diferença da nossa divisão. No último Cannes Lions, fomos a única agência offline que teve shortlist em Innovation e Titanium. Isso nos certifica de que estamos no caminho certo”, reforça ele.
Crescimento
Segundo Queiroz, a DM9 conseguiu no ano passado crescer proporcionalmente ao mercado, “o que foi excelente, porque a agência não perdeu posição”. “Para este ano, a meta é mais agressiva, porque vamos crescer mais que o mercado, cuja expectativa é de 8%. Então vamos crescer mais do que 8%”, afirma Queiroz. Em 2013, a DM9DDB fechou na 12ª posição no ranking do Ibope Media, com mais de R$ 2 bilhões de faturamento bruto em mídia.