Na visão de Alcir Gomes Leite, vice-presidente executivo da DM9DDB, função que divide com Paulo César Queiroz, atendimento não é só um delivery. Para ele, é um dos vetores de inteligência das relações entre agências de publicidade e seus clientes. A sofisticação da área
exige “senioridade” dos profissionais para exercer relacionamento com os executivos dos anunciantes como se fossem diretores de marketing.
Para materializar esse momento, Leite está promovendo reestruturação na divisão de atendimento da agência, agora com duas diretoras; Maristela Pati Corrêa, há 12 anos atuando no atendimento da DM9DDB, vai dirigir a unidade que concentra a Telefônica, Sadia, Guaraná
Antarctica, Sukita, Brastemp e Cônsul; e Polika Teixeira, que atuava até o mês de setembro na diretoria de operações do escritório carioca da agência, vai coordenar o atendimento do Banco Itaú, Terra, Bohemia, Original, Johnson & Johnson, Honda e Kibon. As únicas contas que
ficarão subordinadas diretamente a Leite são as da C&A e do Ponto Frio.
A opção por duas mulheres é justificada por Leite devido à capacidade de coordenação e integração que conseguem com outros setores da DM9DDB e da carteira de negócios da agência. Outro feature que Leite identifica em Maristela e Polika é o comportamento de diretor de marketing “que ambas possuem”. “Atendimento não pode ser definido como aquele cara legal, bom de papo e muito simpático. Se é assim não serve para a DM9DDB. Temos que ser o elo de entendimento entre a agência e o cliente, uma voz completa além da compreensão publicitária”, explicou Leite.
A convicção de que o atendimento está com apelo mais estratégico é tão grande que o núcleo dirigido por Maristela Pati Corrêa também tem a DM9DDB como cliente. A executiva mantém reuniões regulares com o presidente Sergio Valente e os vps Leite e Queiroz para definirem
campanhas da agência nos canais de mídia e ações virais como o “Tolerância zero”, espécie de dez mandamentos para exorcizar a crise, ou projeto de endomarketing “Fini 9”, que financia viagem ao Festival de Cannes de nove profissionais.
“A agência é um cliente normal. Não queremos ser casa de ferreiro e espeto de pau”, disse Maristela. “Temos que ler relatórios empresariais, coisa que ninguém gosta de fazer, fazer cursos regularmente, falar idiomas e muito mais”, relata Polika.
Repertório diversificado e sólido, conhecimento do ambiente empresarial de cada cliente, MBAs e tudo que possa agregar valor à geração de negócios, são exigências para o perfil dos executivos de atendimento da nova gestão. “As novas ferramentas disponíveis para orientar o trabalho dos anunciantes impõem novas expertises para os profissionais. A decisão de dividir é para ampliar a qualidade da entrega final”, concluiu Leite.
Por Paulo Macedo