Dois em cada dez brasileiros são consumidores conscientes, segundo SPC

Em cada dez brasileiros, dois são consumidores conscientes, de acordo com um indicador  lançado nesta quarta-feira (1) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira ‘Meu Bolso Feliz’. A análise apontou que o brasileiro reconhece que as atitudes cotidianas ligadas ao consumo são importantes para a vida em sociedade, mas nem todos praticam ações neste sentido. Numa escala de 1 a 10, os entrevistados deram nota média de 8,8 para a importância do tema consumo consciente, mas em contrapartida, apenas 21,8% dos entrevistados podem ser considerados consumidores plenamente conscientes.

Para se chegar a este resultado, foram avaliadas questões sobre os hábitos e os comportamentos que fazem parte da rotina dos brasileiros e concluiu que somente 69,3% destas ações são classificadas como conscientes. O estudo segmentou os consumidores em três categorias. Os consumidores conscientes são aqueles que apresentam frequência de atitudes corretas acima de 80%. Os consumidores em transição tem uma frequência que varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas. Já os nada ou pouco conscientes são aqueles que não atingem 60%. A pesquisa conclui, portanto, que o consumidor brasileiro é, em média, um consumidor em transição.

As perguntas feitas aos consumidores e que serviram de base para construir o indicador englobam as três grandes dimensões que compõem o conceito de consumo consciente: ambientais, financeiras e sociais. Para as ações relacionadas à responsabilidade ambiental do consumidor, o indicador atingiu 71,7% de atitudes adequadas, enquanto as práticas financeiras e de engajamento social, foram um pouco mais baixas, chegando a 68,0% e 68,1% de ações corretas, respectivamente.

“O objetivo do Indicador de Consumo Consciente é acompanhar ao longo dos anos as mudanças nos hábitos de compra e outras ações cotidianas dos brasileiros a fim de compreender se estamos caminhando em direção a uma sociedade capaz de promover e estimular práticas mais equilibradas nas relações de consumo”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Marcas

Dentre as práticas financeiras adequadas, as mais adotadas pelos brasileiros são não se influenciar pelo consumismo das pessoas do seu círculo de convivência (88,5%) e não se importar em adquirir somente produtos de marcas famosas, priorizando a qualidade (84,1%). Outros dados, contudo, demonstram que o consumidor precisa lidar melhor com o compartilhamento de produtos e as compras desnecessárias. Apenas quatro em cada dez pessoas (40,9%) dizem preferir alugar ou pedir emprestado algo que usam com pouca frequência e, somente 17,1% afirmam não ter se arrependido por comprar algum produto que não precisavam.

O levantamento constatou também que os consumidores mais jovens são os que menos adotam práticas adequadas de consumo. O percentual de atitudes corretas, que é de 69,3% para a população em geral, sobe para 74,2% entre os entrevistados com idade acima dos 56 anos e cai para 64,5% entre o universo de consumidores com idade que vai de 18 a 29 anos.

O indicador de Consumo Consciente (ICC) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) tem como objetivo medir os conhecimentos e níveis de práticas de consumo consciente pelo brasileiro em três esferas: financeira, ambiental e social. Para isso, foram entrevistados 605 consumidores nas 27 capitais, de ambos os sexos e de todas as classes sociais.