Douglas Rushkoff propõe mais humanidade

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Autor de livros como “Present Shock”, “Throwing rocks at the Google Bus”e, mais recentemente, “Team Human”, Douglas Rushkoff vem se dedicando a provar como a ideia da internet – que nasceu na contracultura e queria, sim, mudar o mundo para melhor – acabou desvirtuada pelo capitalismo e servindo a interesses econômicos e transformando as pessoas em vítimas de um sistema. Rushkoff, que fez sua palestra no SXSW via Skype devido a uma emergência médica na família, diz que a tecnologia hoje “usa as pessoas” mais do que as serve.

“O Iphone se torna mais inteligente, e nós emburrecemos. Algoritmo prevêem comportamentos com base em padrões, e perdemos de vista as nuances imprevisíveis que são a característica mais fundamental do ser humano”, disse.

Rushkoff prega como um erro comum a tecnologia ser enxergada como solução e as pessoas, como o problema.

“O futuro tem constantemente sido visto como algo inevitável, como se ninguém pudesse fazer nada para transformá-lo. Humildemente, temos aceitado a nossa provável extinção como parte da evolução”, comenta.

O escritor diz que se recusa e olhar para as pessoas como vilãs, mas prefere encarar que todos nos tornamos vítimas de um sistema. No lugar de tornarmos a tecnologi mais humana, estamos, nós, como humanidade, nos tornando mais robóticos.

“É preciso mudar, transformar este processo. Nós somos os usuários. Precisamos ser mais colaborativos. Costumávamos entrar na internet para nos conectar com outras pessoas, no entanto uma rotina permanentemente conectada tem nos afastado”, disse.

Apenas resgatando valores mais humanos, será possível, acredita Rushkoff, criar projetos como plataformas colaborativas e uma infinidade de outros produtos e serviços que sirvam de fato às pessoas e não ao sistema.

“Precisamos transformar a ideia de que há uma narrativa linear acontecendo, e que ela caminha necessariamente para conclusões. Prefiro ver a vida e o mundo, como um jogo infinito, sem fim, sem vencedores ou perdedores. Onde não se precisa juntar dinheiro para sustentar uma velhice improdutiva, segregada. Tudo isso, a tecnologia pode facilitar. Mas depende do olhar mais humano”, concluiu.