DVP começa a se consolidar no mercado brasileiro
Oerlemans, diretor de criação global: padrões a serem seguidos
Entrando em seu segundo ano no Brasil, a DVP (De Vries and Partners) tem uma ideia diferente de live marketing. Com equipe fixa reduzida e auxílio de times internacionais, a agência holandesa pensa primordialmente nos conceitos e ideias que entrega, e tenta manter um rígido e global padrão de qualidade.
Com a sua diretoria no país para o Salão do Automóvel, onde fizeram todo o trabalho de produção e organização da Volkswagen, a DVP vê seu atual momento no mercado nacional como de expansão. “Hoje todos conseguem ver o que uma marca faz ao redor do mundo. Então existem guidelines e padrões a serem seguidos para entregar a qualidade percebida, mas também precisa haver um gosto local. Por exemplo, na Alemanha o público e as marcas preferem algo mais clean, frio, branco; aqui no Brasil, nem tanto”, conta Remi Oerlemans, diretor de criação global da DVP.
Mesmo com 20 anos de história e escritórios em quatro países, a agência de live marketing acha que ganhar força no mercado brasileiro é um desafio que estão começando a vencer. “Esse caminho leva um tempo. O Brasil é um país difícil de se entrar, mas tem muitas oportunidades”, ressalta Nik Vohmann, alemão radicado no Brasil que atualmente lidera as operações da DVP no país.
“Para entrar de maneira orgânica em um mercado, é necessário atuar diretamente com empresas nacionais. Então, depois que realizamos eventos de clientes globais aqui no Brasil, temos mais referências locais para mostrarmos o nosso trabalho”, complementa Paul Grootings, managing director da DVP na Ásia.
Os executivos da agência notam algumas singularidades desafiadoras do mercado nacional. A primeira é o tempo de planejamento e execução de projetos, que chega a ser três ou quatro vezes menor que em outros mercados. Outra vem antes da produção: a captação de clientes no mercado nacional. “O mercado brasileiro coloca muitas agências em concorrência. Há cliente que espera ofertas e conceitos de dez empresas, enquanto na Ásia e Europa chamam de três a quatro candidatas, no máximo. Pedir tanta agência assim acaba sendo um gasto de tempo e dinheiro para todos e, muitas vezes, é ineficiente”, raciocina o diretor de criação.
Agências de marketing de eventos usualmente também possuem extensas equipes para dar conta de todos os projetos, mas esse não parece ser o caminho adotado pela DVP, que atualmente tem aproximadamente dez pessoas em sua filial brasileira. “Quando você precisa gerir muitas pessoas, acaba perdendo mais tempo com a comunicação interna do que com o mercado. Se houver potencial de crescimento, abrimos em outro local. Se houver demanda, pegamos mais colaboradores”, explica Rob de Vries, CEO e cofundador da agência. “Temos colaboradores globais que trazemos para projetos grandes e coordenação, para trabalhar em parceria com equipe local. Alguns projetos pedem equipe inteira de fora, e temos freelancers globais no mundo todo”, completa.
A medida vem a partir do ideal da agência de se concentrar mais na concepção. “Não temos assets, temos ideias. Não precisamos de time fixo, e isso faz o nosso modo de pensar diferente. Algumas agências têm times enormes, mas nós somos mais próximos do cliente e do briefing”, explica Oerlemans. “Mas você também precisa de gente local para ter um relacionamento com cliente desde o atendimento até a produção”, finaliza Vohmann.