"É hora do marketing servir as pessoas", diz CCO do Facebook

Como a criatividade guia o Facebook através do imprevisível? Foi com este tema que porta-vozes do marketing da rede social participaram do Lions Live, evento online do Cannes Lions, nesta segunda-feira (22).

Antonio Lucio, CMO da rede, e Mark D’Arcy, CCO e VP global business marketing da empresa, conversaram sobre o papel do marketing em tempos de Covid-19, além de mencionarem algumas das campanhas da empresa durante este período.

A discussão começou com a exibição do vídeo acima. D’Arcy confessou que chorou na primeira vez que assistiu. “Aqui na Nova Zelândia nós não choramos por publicidade”, brincou em referência ao trabalho assinado pela Droga5.

“Temos a oportunidade, como outros anunciantes da história, de verdadeiramente inspirar o mundo. Inspirá-lo a ação, a viver uma vida melhor e isso é algo que, honestamente, é uma honra”, relatou Lucio, o CMO da rede.

Para o executivo, “propósito é mais importante do que nunca”. “Assegurar que nossas marcas tenham um papel na vida das pessoas. Conexão emocional, pelo amor de Deus! Empatia, a necessidade de integridade e altruísmo e, finalmente, constante reinvenção para entregarmos nosso propósito”, explicou.

“Essas coisas foram e sempre serão a essência de uma construção de marca”, enumera Lucio que reitera: palavras não são suficientes em crises como esta em que o mundo se encontra. “As pessoas precisam de ajuda real”. O CMO espera que as marcas sigam empáticas, úteis e altruístas durante os próximos anos.

Segundo D’Arcy, é hora do marketing servir as pessoas, “mais do que nunca”. “A criatividade destrava o potencial da tecnologia”, ressaltou o VP.

Na sequência, Fatima Saliu, head de marketing internacional do Facebook, fez uma pequena participação na conversa destacando o trabalho da agência brasileira AlmapBBDO para o WhatsApp. “O jeito que a escola de samba utiliza a ferramenta para ajudar a rival é maravilhoso”.

Para o VP, é essencial ouvir o consumidor. “Não é só o que colocamos no mundo, mas o ‘canto da plateia’, o retorno, é isso que cria a conexão”, diz D’Arcy.

Segundo Antonio Lucio, não há tempo para o supérfluo. “Em tempos de crise você deve destilar os objetivos da companhia e da marca para assegurar realmente que você está entregando a essência do que você precisa”.

A rede também destacou o desafio de lançar um novo produto, o Messenger Rooms, no meio da pandemia. “Algo que não seria possível sem a ajuda da Leo Burnett”, ressalta Lucio.

Uma das diretrizes das campanhas do Face, segundo D’Arcy, é que elas envelheçam bem, mesmo inseridas neste contexto da Covid-19.

Segundo Lucio, a diversidade é essencial para que os trabalhos sejam colocados na rua. “Tudo que sabemos é que quando há tarefas complexas que requerem soluções criativas, times diversos performam significativamente melhor”. Para o executivo, essa visão plural é necessária para que as marcas falem com as pessoas do jeito que elas querem ser ouvidas.

“Passamos por essa mudança de marketing como uma prática que fazíamos nas pessoas, para algo que fazemos para as pessoas. A ideia de marketing para as pessoas é sobre serviço, utilidade e aparecer de uma maneira significativa”, explicou D’Arcy. “Nós não podemos pagar um rosé para as agências este ano, mas podemos agradecer por todo o trabalho citado”, finalizou fazendo uma referência ao vinho famoso na Riviera francesa e consumido aos montes durante o Festival de Cannes.