É possível fazer compras corporativas como em um e-commerce?

Imagine selecionar o item desejado em uma listagem de produtos disponíveis, verificar suas especificações, colocá-lo em um carrinho virtual, clicar em ‘concluir’ e com isso finalizar a compra para sua empresa. Seria o mundo ideal para muitos executivos da cadeia de suprimentos. A fácil visualização dos produtos catalogados e agilidade na atividade são algumas das características do comércio eletrônico que fazem com que a atividade seja tão atraente para consumidores em segmentos diversos. Porém, quando falamos de compras corporativas, o cenário é outro.

Diferentemente de um e-commerce, o processo dentro de uma empresa passa por diversas validações, equipes e etapas, que por sua vez, incluem documentos e políticas específicas. Fica por conta do departamento de compras organizar tudo, seguir as diretrizes do compliance e buscar a melhor relação ganha-ganha. Alguns desafios se sobressaem, como o engajamento dos stakeholders e a criação de valor na atividade de forma a beneficiar a relação entre compradores e vendedores.

Entendendo essa complexidade, seria possível simplificar o processo usando algumas premissas das compras eletrônicas?

Categorização

Assim como em uma plataforma de e-commerce é imprescindível ter os produtos disponíveis listados de maneira organizada e atrativa. Na cadeia de suprimentos isso é possível ao realizar um trabalho prévio de agrupamento lógico (por mercado, região e principalmente pela classificação dos itens em árvores de categorias) e disponibilizar as características de suas mercadorias estabelecendo contratos que facilitem a escolha pelos itens. Assim, o processo de fazer um pedido de compras ficará tão ágil e simples como selecionar determinado produto e colocar no ‘carrinho de compras’.

Aprovação

Essa fase é uma das mais delicadas nas compras corporativas, pois exige entendimento das políticas preestabelecidas pelo departamento de compliance, e regulamentos internos da companhia. Além disso, qualquer atraso na tomada de decisão pode ser prejudicial. Num catálogo corporativo em nuvem, a aprovação da compra demanda uma série de critérios para que não haja nenhum problema de conformidade com as informações fornecidas e escolhas feitas.

Cobrança

O processo não acaba ao clicar ‘finalizar a compra’. A cobrança e a logística de entrega da mercadoria exigem atenção do gestor. Nas companhias existe todo um esforço para organizar o recebimento dos itens, cálculos de frete e outras definições para garantir que ocorram de maneira efetiva, enquanto nas compras on-line o consumidor não vê essa operação. Não adianta disponibilizar um catálogo atraente se a logística e o custo não são contabilizados ao colocar o item no carrinho. Para isso o departamento de suprimentos é responsável por fazer a negociação que contemple esses detalhes, se antecipando a compra e criando agilidade ao fomentar o consumo do catalogo eletrônico.

Os diferenciais e atrativos do comércio eletrônico podem ser adaptados para o universo corporativo. Para isso, é preciso investir na relação entre os stakeholders e o departamento de suprimentos, e em soluções de tecnologia de ponta, contando com um compliance estruturado que auxilie com eficiência esse processo. Com esses elementos bem integrados,  os gestores de compras ganham força para comandar a atividade na empresa, construindo um cenário favorável para que a área evolua e o processo chegue a ser tão simples quanto o comprar em apenas um clique.

Agustín Durán é sócio-diretor da Nimbi