Ebap discute credibilidade do conteúdo de mídia imprensa
A relevância do conteúdo é um dos temas que permeia a edição 2015 do Ebap, evento realizado nesta terça-feira (27), em São Paulo. Com um painel exclusivo dedicado à mídia impressa, o conteúdo voltou a ser foco da discussão, sob o ponto de vista da credibilidade.
Com mediação de Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado, o painel “Mídia de conteúdo – As novas e múltiplas fronteiras da mídia impressa” reuniu Carlos Lindenberg Neto, presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais) e diretor geral da Rede Gazeta, Frederic Kachar, presidente da ANER (Associação Nacional dos Editores de Revistas) e diretor geral da Infoglobo e da Editora Globo, e Pedro Silva, presidente executivo do IVC (Instituto Verificador de Comunicação.
Pedro Silva, presidente executivo do IVC
Citando como exemplo o aplicativo Uber, que anunciou nas páginas da Folha de S. Paulo e do Estadão em busca de engajamento a respeito da regulamentação do serviço pela Prefeitura de São Paulo, Gandour reforçou a tese de que é nas mídias tradicionais onde o leitor encontra mais credibilidade, por se tratarem de espaços destinados a reportagens mais analíticas, e, portanto, onde as marcas deveriam investir mais.
“O Uber procurou a credibilidade dos jornais impressos, de dois jornais. O futuro é algo para o qual você não deve se entregar. Você tem que participar dessa mudança”, disse. “A gente precisa lembrar que a comunicação é integrada. Uma comunicação fragmentada pode ser perigosa para a sociedade e para a marca”, ressaltou o executivo, defendendo as mídias tradicionais perante a ascensão das mídias digitais.
Para Lindenberg Neto, o mercado precisa olhar com mais atenção para o valor da mídia impressa, uma vez que sem um modelo de negócio sustentável “dificilmente os jornais vão conseguir seguir fazendo o que fazem hoje” e continuar assumindo o papel “de trazer uma cobertura mais analítica”.
Segundo Silva, métricas mais eficientes, que somem a audiência dos meios impressos às de suas versões online, vão contribuir para o mercado. “As métricas precisam se reinventar. A Métrica Única, lançada recentemente, representa exatamente isso”, reforçou o presidente do IVC.
A importância do novo modelo adotado para medir a audiência dos meios impressos, a recém-lançada Métrica Única de Audiência, também foi lembrada por Kachar. “É algo que vem se difundindo mundo afora. Todos estão correndo atrás de mostrar o real alcance de nossos conteúdos. Isso mostra como, de um lado, o digital ajudou nosso mercado em relação à audiência”, destacou. “Nossa audiência impressa é subestimada pelo mercado anunciante. A atenção exclusiva do nosso leitor é seis vezes maior que de outros meios”, enfatizou, referindo-se ao mercado de revistas.
A Nova Métrica Única de Audiência, desenvolvida em conjunto pela Ipsos, IVC (Instituto Verificador de Comunicação) e Comscore, a pedido da ANJ (Associação Nacional de Jornais), quer dar a real dimensão da audiência dessa mídia acessada em diversas plataformas e potencializar a percepção de que o jornal transcendeu o papel e vai muito além de uma mídia impressa. A novidade foi anunciada pelo propmark no início do mês e, em breve, deve ser estendida para as revistas. Leia mais