Edição emergencial da VanPro aponta perdas na indústria criativa do Rio Grande do Sul
Levantamento realizado pelo Sinapro-RS identificou que 69% das agências já sofreram impactos financeiros
O Sistema Nacional das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro-RS) realizou uma edição emergencial da pesquisa Visão de Ambiente de Negócios (VanPro) no Rio Grande do Sul. Com o objetivo de avaliar a dimensão dos impactos na indústria criativa gaúcha causados pela tragédia climática no estado, o levantamento confirmou um cenário de alerta para o setor.
A pesquisa foi realizada pelo Sinapro-RS, seguindo a metodologia da VanPro realizada em todo o país pelo Ecossistema Sinapro/Fenapro, e ouviu 26 agências com atuação no Rio Grande do Sul. "Os dados colhidos mostram que o impacto dessa catástrofe foi generalizado na indústria criativa gaúcha, com uma pequena fração das empresas do setor ainda sem ter seus negócios impactados. As perdas de receita chamam bastante a atenção, sendo que parte dessa perda foi imediata e muitos sinalizam que terão redução ainda nos próximos seis meses", diz Juliano Brenner Hennemann, presidente do Sinapro-RS.
O levantamento mostra que, em relação aos impactos pessoais, 42% das agências gaúchas tiveram alguma parte da equipe afastada por questões de saúde física e 31% com alguma parte da equipe com afastamento por questões de saúde mental. 54% das agências tiveram alguma parte do quadro impactado por questões de saúde física ou mental, quando considerado qualquer tipo de afastamento. Em relação a perdas pessoais ou materiais, 73% das agências tiveram parte de sua equipe com algum tipo de perda (podendo chegar a até 40% da equipe em termos de perdas materiais).
No que se refere aos clientes, 92% das agências apontaram que, pelo menos, algum cliente foi impactado, sendo que 35% delas tiveram mais de 40% dos clientes afetados. 65% das agências já receberam contato de clientes solicitando renegociação de contratos, em proporções que chegaram até a 40% da carteira de clientes, sendo que 38% tiveram 10% ou menos dos clientes buscando renegociação e 27% com mais de 10% já buscando renegociar contratos. 31% das agências ouvidas informaram ter interrupções de contratos por parte dos clientes, sendo 15,5% delas com impacto de 5% a 10% da sua carteira de clientes, e 15,5%, menor que 5% da carteira.
Com relação aos impactos financeiros, 69% das agências gaúchas apontaram que sofreram impactos diretamente e apenas 31% não sofreram perdas de receita. Das que foram afetadas, 21% perderam até 10% de receita, 31% perderam entre 10% e 20%, e 17% perderam mais de 20% de receita.
Sobre os negócios futuros, a expectativa de 85% dos empresários do setor é de perder receitas, sendo que 35% avaliam que perderão até 10%, 19% acreditam que perderão entre 10% e 20%, 23% das agências preveem perder entre 20% e 30%, e 8% apontam perdas futuras esperadas de 30% a 50% da receita de suas agências.
O Sinapro-RS estabeleceu algumas medidas emergenciais em apoio às agências, como a flexibilização na cobrança da mensalidade dos associados nos meses de junho, julho, agosto e setembro, com cobrança de apenas 50% do valor das mensalidades durante o período.
A entidade está em busca de parcerias com a cadeia de fornecedores para auxiliar as agências mais afetadas com parcerias de negócios e descontos na compra de máquinas, equipamentos e insumos.
O Sinapro-RS também está articulando campanhas junto ao mercado de outros estados para incentivar a compra de serviços e produtos do Rio Grande do Sul e a contratação de agências gaúchas. Além de apoiar iniciativas locais que buscam a valorização das agências do estado e a promoção de conscientização da população para, na medida do possível, voltar a uma vida normal para que pessoas atingidas consigam manter seus empregos e, por consequência, reconstruir as suas vidas.
Além disso, a entidade está disponibilizando assessoria jurídica e trabalhista com orientações para o momento de crise. A Associação Riograndense de Propaganda (ARP) com o apoio do Sinapro-RS, divulgaram três importantes guias para auxiliar e orientar as agências gaúchas na contextualização geral e jurídica desse momento sensível vivenciado pelo estado.
"Estamos oferecendo toda a nossa solidariedade e suporte de gestão às nossas associadas, para que consigam gerir essa situação de forma a minimizar os seus impactos sobre as empresas, os negócios e seus colaboradores", finaliza Hennemann.