Editora Abril deixa de publicar a Playboy no Brasil
A versão brasileira da Playboy deixará de existir em 2016. Ou, no mínimo, não será mais editada pela Editora Abril. A empresa acaba de anunciar que, a partir do ano que vem, descontinuará a Playboy junto com os títulos especializados em saúde e bem-estar Men’s Health e Women’s Health. Aos menos 12 funcionários serão demitidos neste processo até o fim do ano.
Quatro das capas mais vendidas da história da Playboy
Segundo a Abril, a decisão faz parte da estratégia de se reposicionar com foco nas necessidades dos leitores e do mercado. “Esse movimento é parte de uma profunda e arrojada mudança da empresa, processo iniciado há cerca de um ano com a revisão do portfólio de produtos e a radical readequação das ofertas Abril à sua audiência, aos seus anunciantes e agências. Esse novo posicionamento compreende soluções cada vez mais eficientes, com a expansão digital fortemente ancorada por Big Data (ABD – Abril Big Data) e Branded Content (Estúdio ABC – Abril Branded Content)”, diz o comunicado da empresa.
Os assinantes desses títulos terão seus exemplares de dezembro entregues normalmente e poderão optar por outra revista do portfólio Abril, nas versões impressa ou digital.
Restruturação
A Editora Abril tem feito restruturações contínuas nos últimos anos. A reformulação mais recente começou em junho deste ano, quando a empresa de mídia vendeu sete títulos para a Editora Caras (Tititi, Contigo!, Você RH, Você S/A, Arquitetura&Construção e Ana Maria). Na mesma época, a Exame PME foi incorporada à revista Exame e a Capricho abandonou o papel para atuar exclusivamente na internet.
A reformulação começou a envolver também a área comercial, que passou a ser dividida em três unidades: Conteúdo, com a criação do Estúdio ABC (Abril Branded Content), Marketing e Receitas.
Antes disso, a companhia já havia demitido ou facilitado a saída de jornalistas e executivos, inclusive do então presidente da Abril Mídia Fabio Barbosa. Outros títulos que a empresa deixou de publicar recentemente foram Runner’s World, que passou para a Rocky Mountain, Aventuras na História, Bons Fluidos, Manequim, Máxima, Minha Casa, Minha Novela, Recreio, Sou+Eu, Vida Simples e Viva Mais para a Editora Caras.
Ademais, em janeiro deste ano, a editora se desfez de quase metade do prédio que ocupa na Marginal Pinheiros, em São Paulo, passando a concentrar todas as suas atividades na chamada Torre Alta do NEA – 13º ao 26º andares, além do 8º andar. À época, a mudança foi explicada como uma medida de racionalização e economia, face à reestruturação colocada em prática. Na ocasião, a editora também retirou o busto de Victor Civita, fundador do Grupo Abril, da recepção do prédio.