Alê Oliveira

A mídia exagerou – e prossegue exagerando – em mais um affaire envolvendo o atleta Neymar e uma mulher. Tem sido extremamente cansativo nestes últimos dias o volume de espaço e tempo nos meios de comunicação dedicados ao repetitivo tema, que, em síntese, pelas suas características, é menos importante do que a contusão do craque no amistoso com a seleção do Qatar, que o excluiu da Copa América.

Quem deve ter gostado desse episódio que tem se repetido na vida digamos amorosa de Neymar, embora desta feita envolva a possibilidade de um crime de estupro, foi o executivo federal, que viu amenizadas as críticas diárias que grande parte da imprensa brasileira vem lhe fazendo.

Sabemos que estamos mexendo em um assunto potencialmente explosivo, mas cuja repetição do noticiário nestes últimos dias, para quem espera mais da mídia, tem causado perplexidade. Afinal, do que se fala e escreve sobre o episódio (mais um na carreira de Neymar) que seja diferente do que se falou e escreveu no dia anterior? Qual a novidade que tem justificado tanto tempo e espaço dedicado ao acontecido?

Digamos que seja o crime de estupro, por enquanto apenas uma hipótese. E por ser apenas uma hipótese, com acusações recíprocas entre os envolvidos, não seria, a nosso ver, suficiente para tanto alarde, levando-se em conta os personagens da história, que não sugerem inocência.

A mídia tem os seus veículos sensacionalistas, para os quais um pingo de chuva vira logo uma tempestade. Mas, toda a mídia dedicando enormes tempo e espaços para o fato, surpreende à boa parcela do público brasileiro que possui um nível de exigência um pouco mais refinado do que se vê, por exemplo, nas torcidas uniformizadas dos considerados grandes clubes de futebol brasileiro e europeu.

Deve-se levar em conta ainda, na crítica a esse exagero da mídia, que principalmente em nosso país temos assuntos bem mais sérios do que este para serem diariamente tratados, inclusive com maior destaque nos meios do que tem merecido mais este caso envolvendo o futebolista Neymar.

Todo o alarde desproporcional ao fato em si já provocou um grande prejuízo ao jogador e à própria mídia, com o cancelamento de campanhas publicitárias com Neymar, como podemos ver em matéria sobre o assunto nesta edição.

 

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Um desses temas, e agora opinamos como representantes de um importante segmento da economia, constituído pelo marketing e suas principais funções, dentre as quais a publicidade, passou desapercebido pela chamada grande imprensa nestes últimos dias. Queremos nos referir a uma importante mudança de pensamento do primeiro mandatário da nação, com relação ao reconhecimento que fez da necessidade de grandes campanhas publicitárias, em defesa do que considera serem pautas básicas para os interesses do país.

Uma delas ainda poderia ser sobre a reforma da Previdência, cuja primeira batalha, ao que tudo indica, já estaria vencida pelo governo, mas sem que a opinião pública tenha sido satisfatoriamente esclarecida sobre os seus pontos principais de mudanças pretendidas pelo governo.

O presidente Jair Bolsonaro tem optado por um estilo que lembra, para os mais velhos e aqueles que se dedicam a estudar o passado da política brasileira, o finado e folclórico Jânio Quadros, eleito por grande maioria da população brasileira na época e que, uma vez eleito presidente da República, após meteórica carreira de prefeito e governador da cidade e do estado de São Paulo, respectivamente, dedicou-se a proibir rinhas de galos, biquínis nas praias e outras extravagâncias mais apropriadas – e mesmo assim absurdas – a inspetores de quarteirão.

A questão da liberação das armas de fogo, por exemplo, pode vir a ser o seu calvário, caso seja aprovada e aumente a criminalidade no país, que já é alta.

A um presidente da República cabem grandes ideias e atitudes, deixando de lado medidas de impacto principalmente junto à população de baixa renda, mas que podem comprometer seriamente a segurança interna do país.

Ele tem tudo (ainda) para se redimir e pensar grande, como na questão da Previdência, e para tanto precisa acreditar que propaganda funciona e os grandes países do planeta têm feito uso da mesma, em busca de convencer a população sobre a necessidade de apoio, pressionando as bases para a aprovação das grandes medidas de interesse nacional.

 

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O Google promoveu na última quinta (6), no auditório Simon Bolívar do Memorial da América Latina, em São Paulo, a terceira edição do Google For Brasil, abordando a importância e os resultados de alguns dos seus principais projetos, com apresentações inclusive de líderes globais da empresa, mostrando ao mesmo tempo ao público, estimado em mais de mil dirigentes e profissionais de comunicação, as novas possibilidades a que se propõe, na trajetória irreversível do universo digital, com foco nessa exibição, voltadas para os 75 milhões de brasileiros conectados.

Chamaram a atenção do grande público presente importantes detalhes na apresentação sobre os novos projetos do Google em nosso país, em prol da melhoria das condições de vida da população, com destaque para as camadas mais carentes.

Dois pontos, além de muitos outros, merecem destaque na apresentação: a mensagem passada pelo Google de que todos temos de ser incríveis na web, com inteligência, gentileza, atenção e coragem.

Na parte da apresentação dedicada ao jornalismo, as recomendações básicas: evoluir, elevar e empoderar.

Merecem igual destaque as mensagens do Google aos presentes, estimulando o uso da inteligência artificial, as parcerias com cidadãos para melhorar o país e principalmente a celebração do Brasil.

Veja cobertura completa nesta edição.

 

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A Isobar assina publicitariamente a campanha de anúncios da empresa aérea Azul, conclamando a população usuária a querer a empresa incluída na Ponte Aérea Rio/São Paulo.

O tema que comanda a campanha é instigante: Ponte Aérea? Só tem duas opções. Você acha justo?

Armando Ferrentini é publisher e diretor-presidente do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br).