Chegamos a nos entusiasmar com a vitória de Jair Bolsonaro, nas últimas eleições presidenciais. Não tanto por ele, que pouco conhecíamos, mas muito pelo princípio da alternância de poder, sempre salutar nas democracias.

Com o passar do tempo, porém (e ainda o atual presidente da República não completou um ano de mandato), fomos enfraquecendo nossas esperanças de melhoras para o país e seu povo, tendo em vista principalmente os avanços e recuos do presidente e da sua equipe, incapazes até aqui da aprovação de uma única medida que possa significar um estado brasileiro moderno e mais próspero para a sua imensa população.

Prestes a completar dez meses no comando da nação, o que se vê é um comando pensando pequeno e adiando as grandes reformas, como acabamos de ver na semana finda, com a prorrogação da reforma tributária e a revelação de um objetivo de redução de gastos em torno de R$ 30 bi, o que ninguém sabe se essa meta será atingida.

Temos visto o mais alto mandatário da nação às voltas com questiúnculas (em face à importância do seu cargo) que a nada levam e só causam desgaste à sua imagem. Os constantes desentendimentos à sua volta, muitos por ele provocados, revelam uma personalidade belicosa que é o que menos o país precisa neste momento de grande necessidade de recuperação nacional, com viés principalmente na economia.

Um exemplo concreto (e grave) dessa desarticulação pudemos assistir na segunda-feira passada (15), quando o grupo de mídia Bandeirantes convidou o ministro Paulo Guedes para uma palestra em São Paulo na manhã desse dia, encarregando-se a equipe de Johnny Saad de reunir em sua sede (local programado para o evento) um número admirável de importantes empresários para assistir à palestra e debater com o ministro seus pontos principais.

A casa estava cheia, aguardando o ministro Paulo Guedes, até chegar o aviso de que ele não mais viria, devido a não ter conseguido completar o plano econômico sobre o qual falaria com o empresariado paulista.

Uma falha lamentável de timing e, por que não dizer, também de consideração a dezenas de empresários que se locomoveram até a Band para ouvir e dialogar com o ministro.

Bolsonaro é responsável? Não exatamente. Mas, é o clima instalado no seu governo, no qual o respeito aos compromissos aparenta não ter a importância que necessariamente deveria ter.

Aproveitamos para uma vez mais lembrar S.Exa., o presidente da República, que a propaganda de governo deve existir, principalmente a dos órgãos que disputam o mercado com concorrentes da iniciativa privada.

A atividade publicitária não é em si mesma corrupta. Quando tivemos escândalos em governos passados envolvendo a publicidade, os desacertos não foram da comunicação, mas daqueles que a manipulavam e programavam, sem que a publicidade nada pudesse fazer para evitar o que faziam (e fizeram) em seu nome.

Como sempre repetia o Velho Guerreiro, quem não se comunica se trumbica.


Não se trata exatamente de um novo segmento de negócios a se valer maciçamente da publicidade, mas o aquecimento do setor de ensino em nosso país (felizmente) tem acirrado a disputa concorrencial através dos muitos recursos que a comunicação oferece.

Nossa matéria de capa trata disso, registrando que o ensino superior particular já alcança 88,2% do mercado, apostando cada vez mais nas estratégias publicitárias para a conquista e retenção de alunos.

Cada vez mais comoditizado, o segmento se utiliza de características similares às contas de varejo, com campanhas lineares e entrega multiplataforma.


Por outro lado, na chamada zona tradicional da publicidade, a Fenapro realizou uma pesquisa com as agências de propaganda, abrangendo o terceiro trimestre deste ano. O resultado é por demais conhecido de todos: os negócios andaram de lado no período.

Nossa opinião e torcida (do PROPMARK): como se dizia no passado, haverá reversão de expectativas neste último trimestre do ano.


Chamamos ainda a atenção do (a) leitor (a) para a interessante matéria sobre as cotas comerciais do Big Brother Brasil, da Rede Globo.


Na série Encontros PROPMARK, imperdível o bate-papo de parte da nossa equipe de jornalistas com Fernando Taralli, CEO da VML.


Palmas para os presidentes Mario D’Andrea (Abap), Enio Vergeiro (APP), Gláucio Binder (Fenapro) e Paulo Sant’Anna (Grupo de Mídia de São Paulo) pela assinatura conjunta na última quinta (17) de uma nota de repúdio a uma condenável ação de empresas de mídia do mercado, relacionando nomes de profissionais de mídia de agências para eventual sorteio de determinadas vantagens, bastando para concorrerem enviar PIs dos clientes-anunciantes das suas agências, para as mesmas.

Na tentativa de se defender, pelo menos uma delas teria alegado que as BVs não deixam de ser vantagens oferecidas para quem anuncia nas mídias que mantêm esse procedimento.

Há, porém, uma até grosseira diferença: enquanto as BVs são regulamentadas pelo mercado e tradicional sua aceitação, além da diferença fundamental de ser concedida à pessoa jurídica de quem autoriza, essa nova “modalidade” de estimular veiculação seria concedida às pessoas físicas dos mídias das agências.

Sim, há no vernáculo uma palavra para definir a “oferta”, que preferimos não mencionar.

Parabéns aos presidentes das entidades acima, assinando a nota de repúdio que deixa claro aos interessados e incautos que a publicidade não é terra de ninguém.


No período da manhã desta terça (22), no Teatro Unibes Cultural (SP), será realizado o ABA Summit 2019, com o tema Better Marketing: Priorizando Pessoas, com a participação (no palco) de nomes consagrados do nosso marketing.

Armando Ferrentini é diretor-presidente e publisher do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br).