Nestes 55 anos de PROPMARK, comemorados no dia 21 de maio último, não nos foi dado a ver o Brasil tão desencontrado como hoje se encontra. Talvez contribua para a aceleração e prosseguimento desse quadro a maior força da mídia nos dias de hoje, tanto dos meios tradicionais, com destaque para a TV e o rádio, como dos diversos caminhos percorridos pelo digital.

Chegamos até a torcer para que o futebol profissional retorne logo, nas suas diversas atuações pelo Brasil, para que através do esporte das multidões, como costumava chamar um dos mais festejados locutores de rádio do nosso país (Fiori Gigliotti), nossa mídia possa ter mais assunto de interesse do público do que essa “guerra” que está sendo travada entre as diversas facções políticas do país, desta feita incluindo até próceres do terceiro poder da República.

Curioso é que pouco se vê alguma autoridade de forte penetração popular colocando sua boa palavra para acalmar os ânimos e fazer o país voltar a pelo menos duas grandes prioridades do presente momento: o contínuo combate à disseminação do novo coronavírus e o estímulo à rápida recuperação da nossa economia, hoje em frangalhos devido exatamente à ação da pandemia sobre nós.

No chamado horário nobre das TVs, por exemplo e diariamente, o que mais se vê é constrangedor, tanto pelos resultados ainda altos de vítimas em alguns pontos importantes do país, como por uma batalha política sem fim, onde boa parte dos nossos meios de comunicação perdeu a necessária isenção para o bom desempenho do seu ofício.

Na verdade, temos a impressão de estarmos em um ringue de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, onde prevalece pelos contendores que representam os Três Poderes da República uma inacreditável disposição pelos embates, deixando de lado aparentemente o cuidado com os graves problemas que atravessamos e ainda estão por vir, em consequência dessa pandemia que nos ameaça com um segundo e talvez até um terceiro turno ainda mais fortes.

O que assistimos diariamente nos compele a concluir que faltam as verdadeiras lideranças, como tivemos ao longo da nossa História, superando embates desnecessários e mais que isso, altamente prejudiciais ao país. Cito apenas como ilustração figuras como Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, que preferiam sempre a inserção da boa palavra nos momentos de crise política do que os berros e ações físicas de boa parte da nossa classe política de hoje.

Esse clima de guerra intestina em que vivemos precisa acabar depressa, sob pena de levarmos o país de vez à derrocada. Não temos ainda condições de avaliar os estragos causados por estes últimos meses do coronavírus entre nós, mas sem dúvida não devem ser nada animadores, com muitas empresas fechando e milhares de desempregados a mais nessa lista em que se transformou o mercado nacional, até bem antes da incômoda, irracional e amedrontadora situação política em que nos enfiamos.

As grandes vozes calam-se, ou já não mais existem, deixando-nos à deriva, governados em grande parte por atravessadores das ciências políticas, gente de baixa capacidade intelectual, porém de grande ambição pelo poder a qualquer preço. A continuar dessa forma, sem a formação de um grupo capaz, disposto a salvar a pátria, nosso futuro não promete muito.
Algumas cenas da política nacional chegam a lembrar antigos filmes hollywoodianos de bang-bang, em que os tiroteios quase sempre eram a esmo, pelo simples prazer de apertar o gatilho, colocando em suspense as plateias que pagavam ingressos para ver na maioria das vezes o mesmo roteiro. O que podemos esperar de nós tornou-se um enigma difícil de ser decifrado, por estarmos perdidos diante dos descalabros que diariamente nos impingem.


Neste domingo, 21 de junho, comemora-se no mercado brasileiro o Dia do Mídia, profissional que faz as melhores escolhas para a veiculação das mensagens publicitárias dos seus clientes-anunciantes. Com o advento da mídia digital, hoje já muito forte em nosso país, o famoso esquema papai-mamãe enfraqueceu-se. O profissional de mídia tem de saber bem mais do que em um passado recente, o que é mais adequado à veiculação da campanha ou até mesmo de uma peça isolada do seu cliente.

Com isso, o mídia tornou-se um profissional altamente qualificado, aos quais rendemos as nossas homenagens no seu dia especial. Se a atividade publicitária é cada vez mais um trabalho de especialização e atualização constante, devemos admitir que um bom profissional de mídia é o trabalhador mais ligado dentro de uma agência, exatamente porque a cada dia surgem novidades entre os meios, quando não são elas os próprios novos meios que surgem.

Como homenagem a esses valiosos profissionais, o PROPMARK decidiu nesta edição homenagear e contar a trajetória dos profissionais da área que trabalham atualmente nas principais agências de publicidade do mercado brasileiro.

A indicação dos nomes foi feita pelas próprias agências, 21 no total, referência ao 21 de junho e um critério adotado levando-se em conta o ranking da Kantar Ibope Media. Tornou-se lugar-comum a admissão de que nos dias atuais o perfil desse profissional vai muito além do olhar técnico, preso a números e planilhas. Há outros fatores a valorizar esse profissional, como a de bom negociador para os seus clientes-anunciantes junto aos meios e, hoje, até mesmo de gestor financeiro.


Sempre inovador, o Cannes Lions não poderia mesmo se conformar em simplesmente “pular” 2020 em virtude do coronavírus. Assim, foi criado pelos seus organizadores o Lions Live, um evento 100% online do mais famoso festival publicitário do planeta que será realizado de 22 a 26 deste mês, com palestras de grandes craques da propaganda mundial, situando-se nesse time o nosso Luiz Sanches, da AlmapBBDO, profissional que causa orgulho a toda a classe publicitária brasileira e, bem provável, a boa parte da mesma classe de outros países, com seus profissionais acostumados a frequentarem anualmente o Cannes Lions.

Para aumentar o glamour do evento, a direção do famoso festival promoverá reconhecimentos especiais aos melhores da década, que tenham participado e sido premiados no Cannes Lions. Um jeito inteligente de termos o Cannes Lions neste ano do nefasto coronavírus.