Eduardo Lima: "Deixamos de ser um clubinho"

 

Começou nesta sexta-feira (20) o Festival do CCSP 2013. Com o slogan “Unbovine yourself – na contramão da boaiada”, o evento segue a mesma linha do encontro do ano passado, quando a gestão do CCSP (Clube de Criação de São Paulo) decidiu trazer nomes de áreas além do universo da propaganda, “ampliando as fronteiras” para os criativos. Entre os participantes deste ano, estão nomes como Hugh Forrest, falando sobre os bastidores do badalado festival SXSW; Sérgio Valente, agora diretor da Central Globo de Comunicação, em um debate sobre convergência de mídias; Washington Olivetto, chairman da WMcCann, em um bate papo com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni; e Rodolfo Echeverría, vice-presidente da Coca-Cola para a América Latina.

Na abertura do encontro – que será realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo, até domingo (20) –, Eduardo Lima, diretor-geral de criação da F/Nazca S&S e presidente do CCSP, disse que seu maior desafio à frente da entidade foi abrir a organização para novas ideias, o que ampliou o seu alcance. “Deixamos de ser um clubinho”, disse. “A filosofia antiga estava atrofiando o CCSP, que iria acabar. Passamos a chamar gente nova e começamos a abrir para os estudantes”, relembrou. A abertura trouxe outras disciplinas para o festival. Neste ano, por exemplo, os grupos de mídia, de atendimento e de planejamento participam do encontro. “A criação está unido o mercado novamente”, avaliou.

Lima frisou que, quando a diretoria atual decidiu fazer um festival de grande porte – no ano passado, foram mais de mil pessoas por dia nos três dias do evento, mesmo volume de delegados esperado para esta edição –, o objetivo era romper com um modelo de isolamento desenhado pela criação. “Queríamos trazer quem paga a conta: o cliente. Ficar só julgando [peças] e fazendo livro não dá. A criatividade não está só na propaganda”, afirmou.

Em um bate-papo com Laís Prado, editora do CCSP online, Lima respondeu a perguntas enviadas por clientes e agências. O criativo falou sobre a relação entre veículos e agências e disse que “está na hora de mexer na nossa mídia”. Ele elogiou a iniciativa do SBT no ano passado, que lançou um formato alternativo de 37 segundos, e disse que a televisão “não pode permanecer como está”. “A TV, de alguma forma, precisa reinventar os seus formatos”.

Lima ficou os últimos quatro anos à frente do CCSP  e encerra em 2013 sua gestão como presidente. Questionado sobre o que o CCSP não quer ser no futuro, ele enfatizou que “o Clube não quer voltar a ser o que era. Não queremos ser um clube fechado em criativos”. Com a saída de Lima no fim do ano, Fernando Campos, sócio e diretor de criação da Santa Clara, assume a presidência da entidade. Ele faz parte da diretoria atual desde 2009 e responde como vice-presidente.

Durante sua apresentação, o atual presidente também relembrou a perda de Francesc Petit, um dos fundadores da DPZ, que faleceu no último dia 6. Lima disse que uma exposição, a cargo do clube, será realizada em 2014 para homenagear o legado de Petit na publicidade.

O Festival do CCSP segue até domingo. As apresentações e os debates são realizados no auditório principal Simon Bolívar e na Sala Conspiração. Um espaço para projeções, a sala O2, trará curtas, filmes publicitários e animações assinados pela produtora. No complexo Miami Ad School/ESPM haverá workshops nos três dias. Também será possível conferir a exposição do shortlist das peças que concorrem ao 38º anuário. A programação completa pode ser encontrada na página do festival no Facebook.