ElDorado aborda tecnologia, “homo technicus” e diversidade sexual

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Fernanda Romano durante palestra no ElDorado sobre os novos “sistemas operacionais” das pessoas

A tecnologia como instrumento de transformação social e econômica foi o principal assunto da abertura do festival ElDorado 2016, que começou oficialmente nesta segunda-feira (21), em Bogotá.

Com o tema “Amor e Paz”, o festival, em sua quinta edição, foi aberto por David Luna, ministro colombiano de tecnologia da informação e comunicação. Ele atualizou dados de projetos governamentais ligados à área digital, ressaltando a tecnologia como fator de mudança econômica, social e cultural. Luna abordou questões de legislação e a importância da abertura de dados para o desenvolvimento tecnológico. Segundo ele, a Colômbia está entre os quatro países que mais oferecem acesso a dados públicos no mundo.  Luna convidou executivos de duas plataformas de serviços online para avaliar a evolução da tecnologia no dia a dia dos cidadãos: Javier Cardona, do 1doc3, de serviços de saúde, e Alejandro Echeverri, do Hogaru, para contratação de serviços domésticos. O festival reúne criativos de diversas áreas, incluindo publicidade, música e arquitetura.

Entre as apresentações de hoje, a questão do gênero e diversidade sexual se destacou entre os participantes presentes em um auditório da Câmara do Comércio de Bogotá, onde acontece o ElDorado.

A brasileira Fernanda Romano, da Malagueta, abriu sua palestra sobre o novo “sistema operacional” das pessoas para um “mundo melhor”, apresentando um vídeo de uma garota de oito anos questionando o sexismo, preconceito e estereótipos vistos na divisão de roupas para meninos e meninas.

A tecnologia e o design, na visão de Fernanda, criaram um forte arsenal de recursos para que as pessoas possam utilizar seus respectivos “sistemas operacionais” para questionar situações impostas pela política e pela sociedade, além de tomar atitudes concretas para defender seus valores, opiniões e convicções. Além de sites e aplicativos diversos que reforçam conceitos de cidadania, seja para mobilidade ou segurança pública, Fernanda também ressaltou como as marcas estão percebendo esse “novo sistema operacional”, criando plataformas para acompanhar o consumidor em busca de um “mundo melhor”. Entre os exemplos, ela citou os cases “Amazon Smiles”, e “#share a meal”, da Unilever. 

Fernanda destacou ainda que o novo “sistema operacional” das pessoas conectadas no ambiente digital faz parte da evolução humana que passou do “Homo Sapiens” ao “Homo Technicus”, que vive “em simbiose com a tecnologia e com as máquinas”.

A diversidade sexual também foi abordada por Nick Law, vice chairman e CCO global da R/GA. O assunto é tema do case “Love Has no labels”, desenvolvido pela R/GA para o Ad Council, nos Estados Unidos. Em síntese, o projeto reforça que o amor “não tem gênero nem raça nem religião.” Uma das ações do case contou com uma atração de mídia exterior, feita na Califórnia, em fevereiro do ano passado, com uma enorme tela na qual se viam esqueletos de pessoas dançando ou trocando beijos. Quando as pessoas saíam da tela, o público podia ver que elas eram do mesmo sexo ou de raças ou religiões diferentes.

Law apresentou sua palestra como tema “Gerenciando Criatividade”, dividido exemplos de gerenciamento de empresas, capacidades, pessoas e processos. Segundo ele, as pessoas criativas são reconhecidas por três características básicas: conhecimento, obsessão e coragem.

Entre os palestrantes do primeiro dia do ElDorado também estiveram Jasson Schrock, da BCG Design Ventures, que falou sobre design e experiência de usuário; Sara Kristoffersson, professora de história do design, da Konstfack University, da Suécia; e Sergio Fajardo, especialista em política e ética.

O ElDorado termina nesta terça (22) com uma cerimônia de premiação de peças publicitárias produzidas e veiculadas somente na Colômbia.

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Cena de ação de mídia exterior do case “Love has no labels” apresentado no ElDorado