Ele saiu da caixinha...

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Como rádio consegue se manter ativo e a pleno vapor há tanto tempo? A resposta é simples: o rádio é altamente adaptável. Ao mesmo tempo em que acompanhou transformações políticas, econômicas, culturais e, principalmente, tecnológicas, o rádio foi capaz de transformar a si mesmo. Hoje, trabalhamos com o novo rádio, um veículo surpreendente.

Considero a Jovem Pan uma das principais referências desse novo rádio. A emissora disparou na frente ao incorporar outros canais à sua rede, como streaming de vídeo, perfis nas redes sociais, aplicativos de smartphone e portais na web. Como uma rádio multiplataforma, produzimos conteúdo relevante em diversos canais, que disseminam uma única ação simultaneamente em plataformas interligadas. Dessa forma, o alcance da informação ou de uma ação comercial é ampliado ainda mais. Tudo isso nos traz a liderança não apenas na audiência, mas na criação de novos modelos e abordagens entre o veículo e as marcas.

Muito além de toda essa conectividade, o rádio leva vantagem sobre os demais veículos. Por exemplo, ao transmitir programas em vídeo pela internet, o rádio transforma-se em televisão. Ainda assim, ele mantém aspectos que não se fazem tão presentes na própria TV, como a agilidade e o imediatismo.

Todo esse cenário é terreno fértil para o surgimento de novas opções para os anunciantes. É preciso entender essas transformações e enxergar o rádio como um meio de convergência. Não se pode limitar o rádio a simples spots radiofônicos. É necessário pensar cada ação para aproveitar ao máximo a sua capilaridade. São tantas opções de novos programas, novos formatos que é possível fazer uma ação transmídia dentro do próprio veículo. No entanto, é fundamental encontrar um caminho dentro de cada canal para as marcas navegarem de forma natural e gerar engajamento. Afinal, o rádio sempre foi o melhor contador de histórias.

A relevância desse veículo não para por aí. Para se ter uma ideia, em um dia típico, o brasileiro passa, em média, duas horas e meia ouvindo rádio. E mais: durante os dias da semana, a penetração do rádio, pela manhã, ultrapassa o percentual de espectadores da televisão. A Jovem Pan, por exemplo, possui mais da metade da penetração da TV Globo entre o público adulto qualificado durante o horário do Jornal da Manhã. Além disso, ela é a primeira rádio na liderança, depois das três maiores audiências da televisão.

O rádio é um veículo móvel e tem a oportunidade de crescer ainda mais e tornar-se o principal meio de comunicação, visto que a mobilidade é um dos grandes temas da atualidade. Quanto mais móvel a sociedade se tornar, mais o rádio estará presente no dia a dia das pessoas.

Dessa forma, é preciso que meus amigos criativos abandonem a ideia do rádio romântico e passem a criar ações que esse meio realmente merece. É veículo que mais possui sinergia com as redes sociais, se as marcas querem estar presentes nesses canais, devem começar a pensar o rádio como um disseminador de conteúdo.

Áudio, vídeo, texto e ativações se convergem para formar o conteúdo interativo. É preciso saber tirar proveito dessa conectividade. A partir disso, conseguir visualizar novas oportunidades implica uma mudança de olhar. Um olhar capaz de ver através de canais individuais e enxergar holisticamente esse meio. Em suma, precisamos aprender com o rádio e transformar o nosso olhar sobre ele.

Lelo Nahas é diretor de criação da Rádio Jovem Pan