Em campanha, Always mostra como pobreza menstrual afeta vida da mulher

Aproximadamente 1.8 bilhão de meninas menstruam mensalmente no mundo. E milhões delas não conseguem comprar produtos básicos de higiene, como o absorvente. Sem o item, elas deixam de fazer diversas atividades normais do dia a dia, como brincar e ir a escola, perdendo a confiança e a oportunidade de se desenvolver.

É a partir de informações como essa que Always inicia uma campanha pelo Fim da Pobreza Menstrual, que busca abrir ainda mais espaço para a discussão sobre a falta de acesso à produtos de higiene durante o período menstrual.

Como parte do guarda-chuva #MeninaAjudaMenina, a ação integra um compromisso de longo prazo pelo fim deste problema. No Brasil, a campanha também distribuirá até um milhão de absorventes para meninas sem acesso por meio de uma ação compre e doe, desenvolvida pela Integer\OutPromo.

No país, uma em cada quatro meninas já faltou a aula por não poder comprar absorvente: 48% tentou esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acredita que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar. Os dados estão em uma pesquisa feita pela Toluna, com 1124 brasileiras, de 16 a 29 anos, nas cinco regiões do país, entre fevereiro e março de 2020.

Os resultados, que foram analisados pela pesquisadora e antropóloga, Mirian Goldenberg, mostram que a falta de dignidade na menstruação é um reflexo da desigualdade de gênero e é agravado pelo tabu em torno da menstruação. Além disso, a pesquisa revela que o índice de mulheres sem acesso à absorventes no Brasil ultrapassa a estimativa global da ONU.

Dados de pesquisa feita pela Toluma (Reprodução)

Entre os principais resultados, a pesquisa aponta que uma entre cada quatro jovens não se sente confortável nem mesmo em falar sobre a menstruação, e que 57% das mulheres afirmaram que a primeira menstruação as deixou menos confiantes. O levantamento aponta ainda que com as limitações financeiras, mulheres recorrem a alternativas, como papel higiênico, roupas velhas ou toalha de papel.

“O que mais chama atenção é como a falta do absorvente abalou a confiança de 51% das mulheres, trazendo vergonha a 37%. Além disso, elas não se sentem confortáveis em falar sobre o assunto nem mesmo com pessoas próximas e ainda se sentem culpadas e inseguras com um fenômeno natural do corpo feminino, que é a menstruação. Elas escondem esses sentimentos, mas, quando perceberem que não estão sozinhas, conseguirão enfrentar juntas esse problema”, explica Mirian.

Juliana Azevedo, presidente da P&G Brasil, comenta que a pobreza menstrual é um problema que impacta a vida de muitas brasileiras, principalmente aquelas com menor poder aquisitivo. Além de ser uma questão séria de saúde, ela afeta a confiança de meninas e causa a evasão escolar. “A forma como a mulher lida com isso todo mês afeta sua dignidade e a equidade de gênero, porque ela deixa de fazer atividades que contribuem para seu desenvolvido. Além disso, usar outros itens, como papel higiênico, tecido e até jornal afeta a saúde, pode ter impacto no trato urinário, no sistema reprodutor”, diz.

Laura Vicentini, vice-presidente de marketing de Always, ressalta que empoderar mulheres e meninas é a razão de existir da marca. “Há mais de 30 anos fazemos isso com diferentes programas educativos, campanhas maravilhosas como Like a Girl, que começou em 2014. Antes fazer uma coisa ‘como menina’ era ruim para 19%. Depois dessa campanha, especialmente no Brasil, essa frase mudou. Hoje isso é muito positivo. É um impacto real na sociedade”, afirma.

Ela conta que a marca já doou 80 milhões de absorventes para meninas em situações vulneráveis. Agora, dentro da campanha “Menina Ajuda Menina”, a marca foca em combater a pobreza menstrual. “Nosso objetivo é que essa causa seja falada, é uma causa da sociedade, é um problema real. Quando falamos disso temos a chance de transformar essa realidade. É um compromisso a longo prazo”, diz.

Na primeira fase da campanha, a cada pacote vendido, Always vai doar um absorvente por meio de parceria com a Cruz Vermelha. Diferentes movimentos vão receber essas doações. O vídeo de divulgação tem um manifesto com a participação de suas embaixadoras Sabrina Sato, Thelma Assis, Gleici Damasceno e Maíra Azevedo. “Não temos todas as respostas, mas queremos fazer parte da solução”, afirmou Juliana.