Embalagens devem ser cada vez mais customizadas
Apesar de serem muitas vezes o elemento mais importante no sucesso de uma marca, sobretudo no caso de empresas pequenas, nem sempre as embalagens têm atenção por parte de todos os personagens envolvidos no processo de criação, produção e consumo. Anunciada na manhã desta terça-feira (30), durante o 4º Fórum Nacional de Gestão Estratégica da Embalagem, realizado na ESPM (SP), tal conclusão tem por base os resultados da pesquisa inédita “O futuro da embalagem”, desenvolvida pelo núcleo de estudos da instituição em parceria com a GfK.
“A ideia que originou esse estudo aconteceu há um ano, quando realizamos workshops com 12 especialistas do setor. Mais tarde, fizemos pesquisas qualitativas e quantitativas com 80 profissionais da indústria fabricante, 80 de empresas usuárias de embalagens e outros 80 do varejo. O diferencial mais importante é, provavelmente, a presença do consumidor: entrevistamos cerca de 450 pessoas, sendo 51% do sexo feminino. Do total, 13% pertencem à classe A, 50% à B e 37% à C”, explicou Paulo Carramenha, diretor presidente da GfK Brasil e professor do núcleo de estudos e negócios da embalagem da ESPM.
Para determinar o futuro do setor, projetado para 2025, a pesquisa levou em consideração aspectos como hábitos de consumo, interesses pessoais dos consumidores, tecnologia, sustentabilidade e cenário industrial. “O que podemos notar é que a população estará mais saudável e, consequentemente, mais preocupada com alimentação, estética e beleza. Apesar das barreiras geográficas cada vez menores, graças ao desenvolvimento da tecnologia, a família continuará sendo a base dos valores para a sociedade. Além disso, os produtos devem ser projetados para caber em espaços diminutos e acompanhar o ritmo frenético do consumidor”, afirmou o executivo.
Carramenha frisou que os resultados apontam desconhecimento do cenário por parte dos fabricantes, que não percebem a influência da estética e da família no presente e no futuro do setor. Já entre as empresas usuárias de embalagem, a distância em relação à opinião e à visão do consumidor é menor. Nesse contexto, embalagens sofisticadas, customizadas, portáteis e com fácil acesso às informações dos produtos terão preferência. Esses diferenciais também representam peça fundamental no processo de compra online, que tende a crescer significativamente pelos próximos 13 anos. Ele também salientou que, ao invés de competição, é preciso que haja “coopetição” entre os concorrentes do mesmo setor, que devem trabalhar juntos para o desenvolvimento da sua categoria.
A Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no Brasil foram lembrados por Aparecido Borghi, gerente de desenvolvimento de embalagens do Grupo Pão de Açúcar, que, após a apresentação da pesquisa, participou de um debate ao lado de Maurício Groke e Bruno Pereira, respectivamente presidente e coordenador do comitê de meio ambiente e sustentabilidade da Abre (Associação Brasileira de Embalagem). “Acredito que uma das principais questões é sobre como serão as embalagens dos produtos alimentícios que serão distribuídos nos locais dos jogos”, afirmou Borghi. “Vejo esses eventos como uma ótima oportunidade de lançar produtos para a exportação”, complementou Fábio Mestriner, professor e coordenador do núcleo de estudos e negócios da embalagem da ESPM.