Estudo da And, All revela que marcas que desejam participar da conversa precisam alinhar discurso e prática

A And, All – Reputação e Influência divulgou o estudo 'Termômetro das Redes: COP30 Amazônia', que analisou mais de 376 mil menções sobre a conferência nas plataformas digitais entre janeiro de 2024 e março de 2025.

O levantamento mostra um cenário ambíguo: enquanto cresce o volume de conversas sobre o evento, a maioria do público ainda desconhece o que é a COP30 e qual sua importância para o Brasil.

O estudo indica que o interesse digital pelo tema é impulsionado principalmente por fatos pontuais, como o anúncio do show do Coldplay em Belém e postagens de figuras políticas. Em contrapartida, discussões mais técnicas sobre desmatamento, transição energética ou justiça climática seguem restritas a nichos especializados.

Oportunidades

Keila Silva, head de data strategy da And, All, explica que há uma oportunidade para as marcas preencherem esse vácuo com informação acessível. "Os dados nos permitem enxergar não apenas quando o assunto ganha força, mas por que ele ganha forma e quem são os atores dessa conversa. Para as marcas, isso mostra oportunidades de assumir protagonismo na disseminação de informação qualificada e confiável", afirma.

As buscas no Google por termos como 'o que é a COP30?' e 'por que vai ser no Brasil?' confirmam a lacuna de entendimento sobre o tema. Já nas redes sociais, sobretudo no X, que concentra 61% das menções, o debate tende a girar em torno de aspectos políticos e críticas à infraestrutura da cidade-sede, Belém.

Dados

Para Leandro Bornacki, chief growth officer da And, All, essa disparidade exige que as marcas atuem com base em dados e contexto. "As marcas precisam sair do território da opinião e agir com base em leitura de contexto. Os dados não apenas iluminam riscos, mas mostram onde estão as oportunidades para atuar com relevância."

Entre os riscos mapeados, estão o uso de linguagem inadequada, a ausência de ações concretas que sustentem o discurso e o alinhamento com pautas locais ou comunidades diretamente afetadas. A presença no evento sem preparo pode levar à percepção de greenwashing ou mesmo gerar repercussões negativas diante da polarização digital.

Ação legítima

Apesar disso, o estudo afirma que 73% das menções à COP30 nas redes são neutras ou positivas, o que abre espaço para atuação, desde que fundamentada. O documento sugere caminhos como o uso de hashtags neutras e geográficas, parcerias com organizações locais, produção de conteúdo educativo e presença em eventos paralelos à conferência.

O levantamento também traz dados demográficos: 65% dos autores das menções são homens, e os interesses mais comuns entre os que participam da conversa incluem música, política, negócios e tecnologia. Essa pluralidade sugere que há espaço para narrativas interdisciplinares, conectando a pauta climática a temas do cotidiano.

Visibilidade

Por fim, a And, All aponta que o engajamento com a COP30 pode trazer benefícios institucionais, reputacionais e até comerciais, desde que a participação seja estratégica. O evento, que será realizado em novembro em Belém, coloca o Brasil no centro da diplomacia ambiental e abre oportunidade para que marcas contribuam para o debate sobre desenvolvimento sustentável.