Encontro marca chegada da GfK ao mercado brasileiro

A GfK realizou, na noite desta segunda-feira (19), em São Paulo, um coquetel que celebrou a entrega do primeiro painel de medição de audiência de TV para dados domiciliares, que inclui audiências em tempo real e consolidada para todas as 15 regiões metropolitanas nas quais a empresa irá operar no Brasil. Os números desse levantamento, no entanto, não foram divulgados pela empresa. 

Com a entrega desse primeiro relatório, os clientes da GfK poderão ter acesso aos dados de medição, assim como a robustos softwares de análise que os permitirão traçar um aprofundado e preciso retrato da audiência de TV no Brasil e planejar investimentos com mais eficácia. 

O painel de audiência de TV da GfK foi montado com base no mais abrangente levantamento socioeconômico feito nos últimos anos no Brasil com essa finalidade, com 67 mil entrevistas, e é composto por mais de seis mil domicílios distribuídos entre as classes A a E – incluindo, pela primeira vez, medição em comunidades. Isso garante a representatividade de todas as faixas de público e um alto nível de eficiência e balanço da amostra.  

Foram estabelecidos indicadores-chave de desempenho que garantirão a qualidade do serviço. A metodologia e as métricas serão monitoradas por meio de auditorias externas e internas. “Trouxemos para o mercado brasileiro o que há de mais moderno em termos de medição de audiência”, afirmou Ricardo Monteiro, diretor-geral da divisão de medição de audiência e insights da GfK no Brasil. 

Em seu discurso, Monteiro falou ainda sobre os benefícios da plataforma que é oferecida pela GfK. “Nós podemos, por meio da nossa plataforma, comparar, por exemplo, a audiência da TV paga com a TV aberta, além de conseguir projetar a audiência futura”, explicou. 

A entrada da GfK no mercado brasileiro se tornou um marco. Essa é a primeira vez que um instituto de pesquisa entra no mercado brasileiro para concorrer com o Ibope, que mede sozinho a audiência de TV no país há quase 30 anos.   

Repercussão
O encontro reuniu nomes importantes do mercado, como o de Alexandre Raposo, vice-presidente de relações institucionais da Rede TV!. O executivo falou sobre a importância da chegada da empresa alemã no mercado brasileiro. “Nossa expectativa é que traga uma concorrência que contribua com o desenvolvimento do mercado. Ter a concorrência é importante para todos os segmentos, inclusive para aquele que não tinha concorrente. Eu acho que vai trazer mais desenvolvimento para o mercado como um todo”, disse. 

Já para Glen Valente, diretor comercial do SBT, classificou como robusto o processo oferecido pela GfK. “É uma ferramenta que foi construída com tudo aquilo que a gente tinha de desejo de melhoria numa medição de audiência”, destacou. “A gente trabalhou para trazer o que há de melhor”, completou. 

Hilton Madeira, diretor nacional de marketing da Rede Record, disse que a chegada da empresa alemã é uma nova porta que se abre para o mercado. “Um mercado dominado não funciona para ninguém e nós vivíamos, até então, o mercado de um número só. São dois números, duas tendências e duas opções. O mercado fica mais rico. Daqui para frente teremos um olhar mais rico”, afirmou.   

Daniel Chalfon, presidente do Grupo de Mídia e sócio e vice-presidente de mídia da LDC, acredita que, neste segmento de medição de audiência, não haverá espaço para dois players. 

“Não tem como você conviver com dois fornecedores de um produto desse. Não dá para ter duas moedas num mesmo país, não dá para pagar duas vezes pelo mesmo serviço. É um caso clássico de competição no qual apenas um irá sobreviver, vai depender da estrutura e do fôlego financeiro de cada um”, afirmou. 

Ainda de acordo com ele, o mercado já mudou desde o anúncio da chegada da GfK no Brasil. “O Ibope já mudou bastante desde a chegada da GfK, mas não é um processo simples de se analisar. É um produto muito bem feito que tem que ser analisado com um carinho”, enfatizou.