Entre Aspas: Com audiência em alta, rádio segue relevante
Paremos para pensar. Estamos falando de mais de 4.700 rádios comerciais existentes no Brasil. Mais de 55 milhões de domicílios têm um aparelho de rádio, o que representa 88% do universo demográfico. Nossa frota de veículos leves e pesados é de quase 60 milhões em todo o país. De acordo com levantamento do Ibope em 11 mercados, 90% da população brasileira ouviu rádio nos últimos 30 dias, sendo que 74% dos pesquisados declararam ouvir rádio diariamente. Em 2014, o faturamento do rádio cresceu 8%. Levando em consideração apenas os spots de 10 segundos, o crescimento foi de 120%. A audiência continua em trajetória ascendente. Entre 6h e 12h da manhã – o horário nobre do meio – a audiência das emissoras de rádio chega a superar os números de algumas emissoras abertas de televisão!
Cada vez mais o meio se profissionaliza, diversifica suas contratações, aumenta seu portfólio de negócios, cria novos projetos, conquista novos clientes e comprova sua eficiência. Trata-se de um mercado de concorrência acirrada, formado por grandes grupos de comunicação (Bandeirantes, Globo, Jovem Pan e RBS, entre outros) e por inúmeras emissoras que retratam as mais diversas características regionais brasileiras como nenhum outro veículo.
O rádio é um meio de comunicação completamente inserido no cotidiano das pessoas. Essa proximidade com os ouvintes é a razão de seu sucesso. Obviamente, o meio só tem a agradecer às agências e aos anunciantes quando eles produzem uma peça digna de prêmios, mas sabemos que a repetição e a formação de uma campanha em conjunto com outros veículos são muito eficientes. Uma prova disso é a estabilidade dos investimentos publicitários. O rádio mantém os 4% dos investimentos totais mesmo após o surgimento de várias outras mídias. Há espaço para crescimento na participação no bolo publicitário, mas é preciso profissionalizar ainda mais o trabalho das emissoras e investir na formação de redes.
Também é preciso levar em conta a presença do rádio no digital. Os celulares vêm conquistando, cada vez mais, o seu espaço no consumo do meio rádio, tanto nos aparelhos com FM quanto em aplicativos para smartphones. O conteúdo produzido pelo rádio é algo insubstituível, que pode ser reproduzido nas mais diversas plataformas, como a internet e o mobile. Nos últimos anos, essas duas plataformas de distribuição de conteúdo têm se tornado fontes adicionais de audiência, receita e oportunidades de negócios.
Dentro de um mercado tão consistente, infelizmente as rádios que se levam a sério e focam no seu dia a dia acabam sofrendo com a visão limitada de algumas concorrentes que, em vez de agirem e reagirem ao macroambiente, acabam sucumbindo à ilusão do pessimismo.”
*Vice-presidente de rádio do Grupo Bandeirantes