Escolaridade, carreira, gravidez, projetos: estudo mostra rupturas femininas

Com o tema “Rupturas, os novos ciclos da mulher”, a Unidade de Mulheres e Celebridades da Editora Abril realizou uma pesquisa, cujo objetivo era entender o universo feminino. O estudo, realizado em parceria com a Design de Causas, analisou aspectos como comportamento, papéis sociais, consumo e, principalmente, como essas mulheres estão influenciando o mercado em todas as faixas etárias.

“Essa pesquisa é o reflexo das mulheres brasileiras nos dias atuais. O perfil de 15 anos atrás, por exemplo, é muito diferente. Hoje, as mulheres são seguras, confiantes, sabem como conduzir a vida, são independentes e pensam sempre em rupturas”, afirmou a superintendente da unidade, Paula Mageste.

Segundo ela, o estudo explorou a nova cronologia das mulheres. “Os ciclos de vida não são mais fases estanques, que correspondem a uma determinada idade. Mulheres de gerações diferentes, hoje, frequentemente experimentam as mesmas coisas.” A executiva citou, por exemplo, que hoje, uma mulher de 20 e poucos anos e uma de quase 40 podem estar vivendo a maternidade pela primeira vez.

Outro destaque da pesquisa, segundo Paula, é a menopausa, que já não é mais sinônimo de aposentadoria ou declínio. “Mesmo assim, o estudo aponta que este período tem um tremendo impacto e que devemos olhar mais para esse momento, nos preparar melhor para ele.”

O estudo analisou outras fases da vida dessa mulher. No que se refere à profissão, por exemplo, o que se constatou é que as mulheres crescem mais escolarizadas que os homens e, aos 30 anos, já sonham em ser VPs em grandes corporações.

Sobre o casamento, a pesquisa apontou que a mulher deixou de ser um projeto familiar e virou um projeto pessoal. Atualmente, 24% delas são mais velhas do que os seus maridos. Outro ponto que mudou foi a média de idade para casar, que antes era de 23 anos e, atualmente, passou para 28 anos.

Segundo Paula, a evolução do tempo fez com que as mulheres pensassem no casamento como um ciclo da vida. “Aconchego é a palavra mais repetida. Antes, elas buscavam maridos para casar. Hoje, buscam uma parceria que dure para a vida inteira.”

A maternidade também ganhou outra conotação para essa nova mulher. Em 1990, por exemplo,

as mulheres engravidavam aos 21 anos; e até o ano passado com 28. Hoje, para pensar em ter filhos, as mulheres colocam na balança algumas prioridades de vida como o lado profissional e o afetivo.

Nova etapa

A pesquisa também detectou que de três casais que estão juntos hoje, um deles vai se separar. As mulheres estão decididas a passar por essa etapa da vida se o casamento não for bem-sucedido. Além disso, estão casando mais de uma vez.

Outro ponto destacado pelo estudo é a idade da mulher. De acordo com a análise, os 40 anos na vida de uma mulher têm seus efeitos colaterais. É nessa idade que elas mais frequentam a academia e gastam seus rendimentos com produtos de beleza e viagens. São as maiores adeptas de cirurgias e cultuam o corpo. Mas é também nesta idade que elas desejam ser amadas, o sexo é algo vivo e a pressão social é muito grande. Para se ter ideia, seis entre 10 executivas têm entre 40 e 50 anos. Os 60 anos também são marcantes. Nesta idade, a mulher se liberta. É a fase em que elas entram na faculdade, casam de novo e são muito adeptas às mudanças. O avanço do mundo tecnológico ajuda a transformar o ócio em novidade.

Segundo Paula, o principal objetivo do estudo é mostrar que não existe um novo perfil de mulher, mas vários, e que não existe um tempo certo para que as coisas aconteçam na vida de cada mulher. “A subversão dos ciclos é uma nova revolução, e as marcas terão cada vez mais dificuldade de categorizar as mulheres segundo parâmetros clássicos — terão que encontrar outro território comum com elas.”

Segundo ela, a pesquisa joga luz sobre essa revolução e mostra as questões que estão na cabeça de mulheres de várias idades. Isso ajudará as marcas a encontrar pontos de contato e os tais territórios em comum com seus targets. Além de mostrar que talvez o target seja mais amplo e diversificado do que se pensa.