Especial Dia do Mídia: o encontro com a memória
A pauta era: quando, onde, como, por que e quem criou o Dia do Mídia. Pois bem! O “santo” Google hoje é o melhor caminho para uma rápida pesquisa. É onde se encontra ao menos indícios do que teria acontecido em décadas distantes. No entanto, desta vez, a “bússola” dos tempos modernos deu apenas uma dica: “No dia 21 de junho, os publicitários brasileiros comemoram o Dia do Mídia, data instituída pela Central de Outdoor em 1978, então protagonistas dessa decisão Aroldo Araujo e Carlos Alberto Nanô, o primeiro, um profissional de RP, o segundo, proprietário da Nanograf. É uma data consagrada ao profissional que planeja e veicula as campanhas criadas pelas agências de propaganda para seus clientes”.
Como pode uma data tão festejada por diversos veículos, que premiam inclusive os profissionais da área, caso da Folha e d’O Estado de S. Paulo, e pelo mercado, ter apenas esta única informação?
Diante da falta de dados, o jeito foi recorrer à memória de alguns e ligar para outros. Não deu outra. De todos os consultados, ninguém lembrava que a criação do Dia do Mídia, tinha sido, sim, ideia de Nanô e do publicitário carioca Aroldo Araujo, dono de agência homônima.
Nanô, executivo do setor de outdoor e muito atuante junto à entidade que reúne as empresas do segmento, confirmou que ele e Araujo se dedicaram à função de criar a data, em 21 de junho de 1977, que homenageasse os profissionais do setor. A Aroldo Araujo na época era agência da Central de Outdoor. Vem daí a ligação entre Nanô e Araujo. Segundo Nanô, a profissão do mídia, conhecido até então como contato, precisava ser reposicionada na época.
Além disso, havia a necessidade de aproximar os mídias de todas as regiões do país. Conforme Araujo, hoje não é mais uma data casual. “Ela está inserida no calendário das comemorações do mercado publicitário.” Segundo o publicitário, a profissão hoje é reconhecida, com direito a verbete no dicionário da língua portuguesa. O Dia do Mídia é reconhecido por força de lei, instituído pela Câmara dos Deputados em 21 de junho de 1999.
Detalhe: quem é um pouco observador notou que, no registro encontrado no Google, o ano da instituição da data comemorativa é 1978 e o ano levantado junto a um dos “pais da matéria”, ou seja, Araujo, é 1977. Portanto, ainda não foi desta vez que se terá informações precisas acerca da data.
Evolução
Assim como o nome “contato” evolui para “mídia”, a profissão ganhou novos e radicais contornos. Quando surgiu o Dia do Mídia, os profissionais precisavam adequar a campanha do anunciante a alguns poucos veículos. Os mais importantes eram Rede Globo e revista Veja, da Editora Abril. Hoje, quanta diferença!
O profissional da área é um ser técnico que se vê às voltas com um sem número de veículos, aos quais os consumidores têm acesso diariamente, desde mídia exterior, que não se resume mais ao outdoor, até os veículos móveis, carregados na palma da mão. Sem falar nos diversos formatos de anúncios que disputam a preciosa atenção do consumidor.
Não é fácil. É quase como o fenômeno astronômico solstício de inverno – quando o sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador – usado para marcar o início da estação fria. O solstício geralmente ocorre no dia 21 de junho no Hemisfério Sul, exatamente quando se comemora o Dia do Mídia. É a noite mais longa do ano.