Marcelo Aquilino: “Na minha opinião, o centro das estratégias continua sendo a criatividade”/Foto: Divulgação

A SunsetDDB declara que sempre teve em seu DNA dar protagonismo aos dados e acredita que a organização, a interpretação e a visualização de dados devem alimentar todas as áreas da agência. O head of media & data connections, Marcelo Aquilino, observa, porém, que o que vem mudando de maneira acelerada nos últimos meses é a capacidade de análise desses dados. “O mercado ainda está se adaptando para fazer com que profissionais que possuem skills mais técnicos passem a entender também de marketing e comunicação, e é nisso que a SunsetDDB vem apostando, na capacitação profissional para que possamos extrair insights valiosos não apenas focados em otimizações de mídia, mas também em análises criativas e de comportamento”.

Ele afirma que a estratégia na agência é partir do entendimento do comportamento humano, e não das ferramentas tecnológicas. “Antes de escolher canais, é preciso entender como funciona a cabeça do consumidor e por que eles estão aderindo às novas plataformas de consumo e produção de conteúdo. Assim, voltamos à importância de se ter dados como ferramenta horizontal no nosso dia a dia. É através deles que teremos as respostas para fazermos as melhores escolhas de canais e mensagens”, avalia.

Na opinião do executivo, o profissional de mídia hoje precisa entender do todo. “Precisa conhecer a fundo o negócio do cliente para calcular o ROI, precisa ser criativo para chamar a atenção do consumidor em novos pontos de contato, precisa ser um bom negociador para entregar o melhor custo x benefício e precisa dominar os dados para entender do comportamento do consumidor. Mas isso não quer dizer que a mídia deve ser o centro de todas as estratégias. Na minha opinião, o centro continua sendo a criatividade. Os clientes nos pagam para ter ideias, sejam elas para a criação de um conceito de campanha, para resolver um problema de negócio ou para criar um plano de mídia”.

Aquilino lembra que, até pouco tempo atrás, a mídia ficava muito mais próxima do financeiro do que do lado estratégico e criativo das agências. “Sendo assim, em muitos lugares ainda somos vistos como profissionais mais executores do que criativos e estratégicos. Só depende de nós mesmos nos aprimorarmos e mostrarmos a nossa capacidade de integração para que essa mentalidade mude”, analisa.

Com a pandemia da Covid-19 e as alterações de comportamento do consumidor, obviamente mudaram também os planos de mídia. “Se as pessoas estão passando mais tempo em suas casas, estão comprando mais online, estão se preocupando mais com a higiene – os planos de mídia precisam se adaptar a isso. No fundo, o mídia precisa ser um grande observador dessas mudanças e adaptar suas sugestões ao contexto em que vivemos. Não existem mais fórmulas prontas de sucesso, um plano que funcionou ontem, pode não funcionar hoje em função das infinitas variáveis de contexto”.O executivo ressalta que hoje as agências estão cada vez mais procurando parceiros de tecnologia para otimizar e trazer mais eficiência nas entregas de mídia. “Aproximar-se de startups, martechs e/ou desenvolvedores de softwares que entreguem serviços de inteligência de dados e de execução de mídia é um caminho sem volta”, pontua ele.

Por fim, Aquilino observa que um dos pilares que menos se desenvolveu no Brasil nos últimos anos foi o de ferramentas para a elaboração e mensuração de planos 360 (on+offline). “Acredito que com a globalização dos grandes grupos de comunicação e o boom da interlocução a distância, o Brasil terá mais acesso a modelos que já são mais sólidos e disseminados no exterior, e com isso poderemos ser muito mais efetivos e assertivos nas recomendações e projeções de resultados para nossos clientes”.