Um dos fundadores da Elemídia, o empresário Felipe Forjaz abriu a Helloo em 2016, após período de non compete depois da venda para o Grupo Abril um ano antes, com o mesmo propósito de explorar elevadores como ambiente para geração de conteúdo e de espaço para aproveitamento publicitário.

Desta vez, porém, o foco não eram as edificações corporativas, mas as residenciais. De lá para cá, a empresa já está presente em 20 cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Goiás. São 1.300 condomínios cadastrados, todos com apartamentos com preço médio do metro quadrado de R$ 7 mil, mais de quatro mil elevadores, 750 mil pessoas impactadas das classes A/B, dos quais 38% com escolaridade universitária.

“A nossa missão é melhorar a vida de quem mora em edifícios de alto padrão. É um foco vertical cujo diferencial é a produção de conteúdo adequado para atender à jornada desses usuários que estão em trânsito para seus lares”, relata Forjaz, enfatizando que conhecer os hábitos e costumes dos moradores contribuiu para a geração de insights para as agências de publicidade e seus clientes.

No ano passado a Helloo exibiu nas suas telas propagandas de 1,6 mil marcas. Este ano já chegou a 1,1 mil empresas, entre as quais os aplicativos Uber e Rappi, universidades e colégios, streaming (Netflix e Disney), serviços financeiros (Original) e governos, nesse caso principalmente para campanhas relacionadas à vacinação. “Nossas quatro mil telas formam uma mídia com qualificação comprovada de público. Os anunciantes que compram os espaços da Helloo são os que oferecem serviços para o perfil da nossa audiência”, destaca Forjaz.

A oferta em elevador precisa levar em conta que cada trajeto dura cerca de 30 segundos. Portanto, os formatos oferecidos têm em média 15 segundos e notícias de no máximo 10 segundos. Forjaz fala que os síndicos conseguem entrar em tempo real na plataforma para colocar informações. “Usamos conteúdos de terceiros, mas temos a própria produção. A prestação de serviço prende mais a atenção. Com objetividade para sermos eficazes”, justifica.

A experiência com mídia em elevadores fez da Helloo um produto sob medida para aproveitamento comercial. A tecnologia aliada à gestão de dados garante que a meta de qualificação de público fim seja consolidada. A empresa tem uma plataforma proprietária que dá autonomia, inovação e a conexão no ambiente programático com a ajuda da Verizon e Magnite. “A mídia programática é interessante para comprar por atributos de audiência. Não identificamos as pessoas, mas os dados dos celulares que estão próximos. Eles são extraídos com perfil de consumo, locomoção, frequência que esse equipamento está em um supermercado, shoppings etc. De posse dessas informações, conseguimos entregá-las para serem programados eletronicamente. Ou seja, com um sistema apurado de geolocalização integramos o out of home à programática. Conseguimos clusterizar porque temos a origem do dado, mas não o seu destino”, detalha Forjaz.

A adequação às leis de proteção de dados do país e do exterior faz parte da cultura da Helloo. “Tudo é bem diferente da regra anterior. A segmentação de dados é necessária porque elas são mutantes. É a combinação de latitude e longitude. Assim conseguimos fazer as entregas à plataforma, que plota a leitura dos celulares. São extraídas várias análises que enriquecem os planos de mídia”, finaliza Forjaz.

Felipe Forjaz é fundador e CEO da Helloo. (Divulgação)