Lui Riveglini, Marcos Braga, Laércio Maciel e Alexandre Medeiros integram agora a nova equipe de locutores da rede Transamérica (Divulgação)

“É muita mudança em pouco tempo, estamos nos reestruturando internamente antes de ir ao mercado”. É assim que Fábio Faria, diretor-executivo da Transamérica, explica o momento atual da rede.

Ao contrário do que vem sendo praticado no mercado, que de forma geral aposta em uma presença integrada com plataformas digitais e se beneficia do interesse do público mais jovem pelo formato de áudio (muito em consequência pela popularização dos podcasts), o foco da empresa é se consolidar na faixa etária mais adulta, entre 25 e 49 anos, por meio de uma nova programação que mescla entretenimento pop rock, conteúdo esportivo e pílulas de notícias.

Para entender a estratégia da empresa, é necessário relembrar como ela vinha operando até então. Até meados deste ano a rádio de São Paulo gerava e distribuía para todo o Brasil três diferentes conteúdos: Pop, que se comunicava com um público entre 19 e 25 anos; Hits, mais focada no segmento popular; e Light, que era uma emissora isolada na cidade de Curitiba (PR). Agora, o objetivo é unificar toda a operação em uma linha editorial única. “Era como se tivéssemos três rádios com uma mesma marca, mas com uma só equipe, o que não é sustentável para o negócio. Havia uma fragmentação muito grande, uma confusão de estilos, e além do financeiro devemos resgatar a projeção da marca. Atualmente, temos 74 emissoras, e estamos conversando para entender quais vão se adaptar ao novo formato e quais seguirão seus caminhos individuais”, comenta.

Com a programação nova já no ar, a Transamérica trabalha para renovar o quadro de colaboradores em suas mais diversas áreas. Novos locutores já estão sendo anunciados ao público, e a estrutura final da equipe comercial deve ser definida até o fim deste mês. Esses ajustes, ainda em andamento, são destacados pelo executivo como as razões pelas quais a rádio ainda não reforçou o relacionamento com agências e anunciantes. No entanto, ele revela que a meta do setor de mídia será diversificar as fontes de receita da rede – atualmente, 70% do faturamento da Transamérica é focado em esportes. “Precisamos que haja um equilíbrio maior. Por isso, estamos indo para um caminho onde não há ninguém. Existem as emissoras de jornalismo; as voltadas ao público muito jovem; duas ou três voltadas ao rock, mas que, diferentemente da gente, tocam músicas mais antigas; e as emissoras que tocam sertanejo”.

Sobre o impacto das plataformas de streaming de música no setor de rádio, Faria acredita que cada mercado caminha de forma paralela, que “qualquer comparação seria desigual”. “O rádio é muito mais parrudo, poderoso e crível do que players de música. Streaming é legal, mas não há curadoria. O rádio que traz isso aliado a humor, promoções, é muito mais quente. Temos outros ingredientes fortes além da música”.

Por fim, o executivo afirma ainda que, no próximo ano, a Transamérica deve promover uma campanha publicitária para falar diretamente com o seu target e comunicar suas novas propostas. No mesmo período, a rede deve começar também a desenvolver atuação no digital.  “Eu não estou muito preocupado em ser o primeiro lugar de audiência, mas sim em oferecer uma programação de qualidade, que seja viável para o meu negócio”.