Marianna Souza, presidente da Apro, afirma que, grandes produções, só a partir de 2021

O mercado audiovisual praticamente foi a nocaute em 2020. Mas não foi o único. As produções de filmes publicitários tiveram de se adaptar aos protocolos que ainda estão em vigência. A Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais) negociou com o poder público o modus operandi para captação de imagens em ambiente externo e em estúdios.

No início do terceiro trimestre já havia luz no fim do túnel, após o término da proibição de filmagens, iniciada em março. A maior parte das produtoras já estava com suas equipes de diretores, cinegrafistas, editores e casting em campo para ativar ações para datas promocionais como Dia dos Pais e das Crianças. O impacto foi sintomático e positivo para o negócio. Especialmente em setembro, quando o cenário ficou mais consistente com mais pedidos de orçamento. Ainda há gravações remotas por celular, lives e uso de conteúdo de bancos de imagem, mas a atividade cresceu.

“2020 foi o ano da superação e da união. Enfrentamos desafios e obstáculos que nunca poderíamos imaginar e nos reinventamos como setor. Foram novas formas de orçar, filmagens remotas, novas linguagens, protocolos de segurança e, de certa forma, mesmo sem sair de casa, nunca estivemos tão próximos. O audiovisual se mostrou mais relevante do que nunca. Levou informação e entretenimento num período de isolamento das pessoas. Como mercado, se mostrou resiliente e solidário. Usamos e abusamos da criatividade e do profissionalismo. Foi um ano para jamais ser esquecido”, explica Marianna Souza, presidente-executiva da Apro, que integrou o grupo que atuou junto à Prefeitura de São Paulo e à SP Cine para a definição das regras para o setor.

A DPZ&T foi bem ativa nesse período. Para a Natura desenvolveu em julho a campanha #meupaimeupresente, com produção da Café Royal e direção de Georgia Guerra-Peixe. A mesma agência, igualmente para a Natura, criou #vinhasemvergonha, para a fragrância Luna Absoluta, com as cantoras Rita Lee, Ivete Sangalo e Ludmilla. Produção da Seiva, com direção de Marcela Sutter.

Criação da Y&R e produção da Dionísio.ag, especializada em animação, a Vivo levou aos canais de mídia no mês de julho uma campanha de ofertas para o Dia dos Pais. A AlmapBBDO assinou a ação #DiasMaisColoridos, para Havaianas, que teve rígido processo de protocolos para cumprir regras. A produção foi da Stink. Doritos também mereceu atenção na gravação de Doritos Wasabi, produção da The Youth e direção de Bueno. Vult Visage, também da AlmapBBDO, foi criado para a divisão Multi B, de O Boticário.

Muitos laboratórios farmacênticos intensificaram estratégias de publicidade no terceiro trimestre. A Sanofi Pasteur encomendou à Publicis o projeto Quem Ama Vacina, de conscientização sobre a importância de manter a vacinação em dia. Reforçar valores como generosidade e solidariedade foi o que a Publicis propôs para o Bradesco no filme Privilégio para o Dia dos Pais. Narra a história de uma menina que se inspira no comportamento do seu pai.

“Perdemos as liberdades, convivemos com incertezas, com uma crise, mas nosso desafio estava lá todo dia: encontrar soluções criativas e pensar em como deixar bonito (ou mais bonito)”, finaliza Daniel Soro, sócio-diretor de cena da Piloto.