Especialistas falam sobre estratégias real time
O real time ganhou espaço durante o Branding at ABA, que acontece durante esta terça-feira (25) em São Paulo. Profissionais especializados reuniram cases que mostram a força desse tipo de comunicação. Daniela Bogoricin, estrategista de marca do Twitter, por exemplo, falou sobre o “The power of now”. A profissional traçou um paralelo entre o hábito de anos atrás e o de hoje.
“Antes, as pessoas liam jornais e revistas nos ônibus e nos trens. Hoje, as pessoas se informam por meio dos smartphones e tablets”, contou. Para ela, o grande segredo do sucesso do real time é perceber o comportamento das pessoas. “Estamos vivendo atualmente um comportamento urbano diferente e que é preciso ter atenção e velocidade”, afirmou.
Daniela mostrou alguns dados sobre este comportamento. Hoje, segundo ela, uma pessoa destrava o celular 150 vezes por dia. “E 76 segundos é o tempo máximo que as pessoas esperam para falar com alguma marca. Passando disso, elas vão atrás do concorrente”, revelou.
Como exemplo, ela citou o case do Itaú. O banco fez uma ação no Oscar no Twitter, na qual se utilizou de emojis para perguntarem qual era o nome do filme. “Essa ação foi certeira, pois gerou um buzz enorme para a marca”, destacou.
Outro exemplo foi o da Coca-cola, que criou um perfil no microblog para o Urso símbolo do refrigerante. “Eles estão construindo um personagem que conversa com as pessoas por meio dos emojis”, disse. Para finalizar a sua participação, ela frisou: “Não adianta a marca ter vontade e não ter coragem”.
Rapidez
A velocidade é uma característica fundamental do real time. Rodrigo Gameiro, gerente de conteúdo da Coca-Cola, no entanto, frisou que não basta apenas ser veloz. “Hoje, as pessoas se comunicam mais rápido do que nunca, mas não é sobre velocidade, é sobre como a velocidade da comunicação muda o contexto em que as histórias estão inseridas”, disse.
Rodrigo Gameiro, da Coca-Cola
Um exemplo disso foram os comerciais que a marca lançava a cada partida da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo do ano passado. “Uma das experiências mais interessantes que tivemos veio do interior do Pará, onde uma menina perguntava quando seria o próximo comercial da Coca”, lembrou. “Isso foi o máximo, porque as pessoas geralmente esperam a nova temporada de uma série ou o próximo livro do Harry Potter, não um vídeo de uma marca”, disse.
Outra característica do real time foi lembrada por Daniel Rímoli, diretor sênior da Edelman Digital Brasil. Ele falou sobre o engajamento. “Aproveitar o tempo real das coisas é uma forma eficaz de aumentar o engajamento de uma marca, de aumentar o número de seguidores do Facebook, por exemplo”, revelou.
O executivo também lembrou que essa busca pelo contexto não é um advento apenas da era da tecnologia. “Um exemplo disso foi a morte do Ayrton Senna, em 1994, quando algumas marcas publicaram nos jornais homenagens ao piloto brasileiro”, finalizou.