Especializada em ciência do consumidor, dunnhumby cresce 30%
Em 2015, a dunnhumby Brasil, agência especializada em ciência do consumidor, teve crescimento expressivo, na casa dos 30%. Para este ano, o aumento deve se manter no mesmo padrão de dois dígitos e há uma razão: enquanto alguns sofrem com a crise, a empresa vê a procura por seus serviços aumentar, numa tentativa do mercado de fazer investimentos mais assertivos para conquistar o cliente – mais exigente e cuidadoso com seus gastos em períodos de recessão.
Em visita ao país, a diretora de estratégias de fidelidade da dunnhumby em Londres, Naomi Kasolowsky, que tem mais de 15 anos de experiência em consultoria e marketing de transformação em um cenário global, citou três pontos que as marcas precisam ficar atentas se quiserem melhorar sua performance: confiança, conveniência e valor.
Naomi Kasolowsky: mercado brasileiro é mais parecido com outros ao redor do mundo do que se pensa
“Nós trabalhamos em vários países e observamos algumas diferenças e semelhanças entre eles. Mas o mais interessante é que há um número maior de similaridades do que diferenças, diferentemente do que pensam muitos dos brasileiros, que acham que o país é muito diferente dos demais. Isso não é verdade. E entre algumas das principais mudanças que temos visto globalmente está, em primeiro lugar, o foco no valor do produto, a relação entre preço e qualidade. Isso cresce entre a geração mais jovem, os millennials, que é muito criteriosa em relação ao dinheiro que gasta e como gasta. E isso vai continuar. Além disso, existe uma grande mudança, também pensando na nova geração de compradores, na forma como eles pensam e nas escolhas que eles fazem: eles também querem entender a ética, a origem dos produtos e as práticas da empresa. Os novos consumidores querem ter a certeza de que estão lidando com marcas confiáveis”.
Em relação à conveniência, Naomi acredita que esta seja uma característica que se soma às outras duas: todas esses diferenciais que o novo consumidor busca nas marcas e produtos deve ser apresentado de forma prática. “Compradores não querem necessariamente gastar mais tempo do que eles precisam comprando. Eles querem fazer outras coisas mais importantes e há, portanto, um foco em fazer coisas com mais rapidez, como entrar e sair da loja da forma mais fácil possível”, diz, citando como exemplo o setor de supermercados.
O setor de supermercados, aliás, é uma das especialidades da dunnhumby, que no Reino Unido tem a rede Tesco como cliente e, no Brasil, o Grupo Pão de Açúcar, do qual cuida dos cartões de fidelidade de algumas redes do grupo. “Estamos aqui desde 2010, quando tínhamos uma parceria só com o Pão de Açúcar. Hoje, entre os grandes varejistas, também são nossos clientes Raia Drogasil e Lojas Marisa. Usamos dados dos varejistas para entender profundamente os consumidores e, com isso, fazemos consultorias para as empresas de bem de consumo. Temos acesso a um painel com o hábito de consumo de 22 milhões de brasileiros, que as marcas podem usar para melhorar o seu desempenho. Quase todas as grandes empresas são nossos clientes”, explica Adriano Araújo, diretor-geral da dunnhumby no Brasil, citando Ambev, Nestlé e Unilever.