ESPM homenageia revista Veja
No editorial de sua primeira edição, publicada em setembro de 1968, a revista Veja, da Editora Abril, indicava sua proposta de ser a “grande revista semanal de informação de todos os brasileiros”. Hoje, após 45 anos circulando no mercado, a publicação é maior do país em tiragem dentro de sua categoria, com mais de 1,1 milhão de exemplares circulando semanalmente.
As quatro décadas e meia de história da revista foram recordadas e celebradas nesta quinta-feira (10), quando a ESPM homenageou Veja. A escola, pelas mãos de seu presidente, J. Roberto Whitaker Penteado, entregou a Eurípedes Alcântara, diretor de redação da revista, um diploma simbolizando o reconhecimento da comunidade acadêmica por “sua importante contribuição à escola política, econômica e jornalística do Brasil”.
Giancarlo Civita, presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, reconheceu a importância da revista, criada por seu pai, Roberto Civita, tanto para a empresa quando para o país. “Veja teve um papel na sociedade ao longo da sua história de sempre defender o que é a visão da Abril de democracia, livre iniciativa, difusão de cultura e entretenimento, para o seu leitor. O compromisso é com os nossos leitores e é essa trajetória que fez dela o sucesso que ela é. A revista não está aí para agradar ninguém, não toma partido de ninguém, ela relata os fatos como eles são”, comentou.
O presidente executivo da Abril, Fábio Barbosa, também falou sobre as contribuições do título à sociedade durante suas quase cinco décadas de existência. “Nesses 45 anos, a Veja sempre foi o que a gente chama de ‘a favor do Brasil’, sempre buscando acender a luz, mostrar as coisas que nós entendemos que devem ser levadas a público na busca sempre de maior transparência, de construção de um país mais digno”, disse.
Ainda segundo o executivo, a revista cumpre os compromissos que a editora tem com a o país. “A Abril tem na sua missão a responsabilidade de informar, entreter, reforçar as instituições e acho que Veja cumpre um papel muito importante dentro desse portfólio de títulos que temos justamente olhando mais esses aspectos da política, da economia, dos valores, da cultura”, concluiu.
História
A revista completou 45 anos e hoje ocupa um lugar importante na imprensa brasileira. Seus primeiros anos de existência, porém, foram conturbados, como lembra Penteado . Segundo o presidente da ESPM, Veja levou 10 anos para finalmente embalar como um título expoente devido a fatores como o Ato Institucional n° 5, que coibiu a atividade da imprensa durante a ditadura, e ao fato de que o mercado não havia percebido o valor da publicação. “Basicamente, todo o mercado brasileiro em 1968 imaginava que a Abril fosse editar uma revista semanal igual à Manchete, ou à Cruzeiro, que tradicionalmente eram as revistas semanais brasileiras. Mas a ideia do Roberto Civita era ter uma Time brasileira, uma revista noticiosa. E como todo produto que tem qualidades profundas, mas não imediatamente percebidas, a revista foi inicialmente, podemos dizer, um fracasso”, declarou.
Por isso, Penteado comparou Veja ao chamado “gol que Pelé não fez”, durante partida válida pela Copa do Mundo de 1970, contra o Uruguai. “Essa revista levou 10 anos para se tornar um sucesso. Por isso me ocorreu que essa data marca o surgimento de um fracasso, mas que acabou sendo um grande sucesso e a analogia com aquele gol que o Pelé não fez. Foi de um lance tão lindo, tinha tudo a ver com o Pelé, que é celebrado até hoje. Esses 10 anos serviram para a revista criar uma maturidade que vem mantendo até hoje, de uma revista inteligente, que serve como referência para uma quantidade de brasileiros”, finalizou.
Criador
O jornalista Roberto Civita, criador da revista, também foi homenageado na ocasião. Giancarlo Civita, junto de seus irmãos Victor Civita Neto e Roberta Civita, recebeu das mãos de Armando Ferrentini, presidente do Conselho Deliberativo da ESPM, um troféu conferido aos conselheiros eméritos da escola.
Ao fazer a homenagem, Ferrentini comentou a importância de Roberto Civita para a criação e a consolidação da ESPM. “O Roberto Civita não apenas ajudou na ideia e no nascimento do jornalismo na ESPM. Até o final da sua vida, ele continuou se interessando pela escola. Era um conselheiro ativo, voltado e dedicado à disciplina. Sempre foi para nós uma luz, e essa luz era permanentemente acesa”.
Roberto Civita faleceu em maio deste ano, deixando seu legado na Abril nas mãos dos filhos. O executivo também ocupava um lugar entre os conselheiros associados da ESPM, que escolheu Giancarlo para ocupar seu lugar.