eSports: quando a marca se torna o próprio jogador

Desde o começo, os times sempre foram verdadeiras marcas que atraíram a atenção de milhares de torcedores. Tanto que grande parte das pessoas possui um clube de preferência, como no futebol. Independentemente se a torcida é corinthiana, palmeirense ou fluminense, por exemplo, a história do time sempre foi um destaque por si só.

Por conta disso surgiu a máxima “os jogadores passam, o clube é eterno”. Afinal, é normal que os atletas mudem de time. Porém, os torcedores se mantêm fiéis à equipe pela qual decidiram acompanhar e vibrar.

No entanto, essa não é a mesma realidade nos esports. Nas modalidades eletrônicas, a lógica é outra. Nesse tipo de competição, os jogadores são mais importantes do que a equipe pela qual disputam. Entenda como os profissionais de jogos eletrônicos se transformaram na própria marca, segundo levantamento sobre o fanatismo no esports, publicado no Betway Insider, blog da palpites e prognósticos de apostas.

FENÔMENO NAS REDES SOCIAIS
Uma das razões que tem feito os competidores de eSports transcenderem os próprios clubes é a presença nas redes sociais. Antes, para o público acompanhar os jogadores era necessário seguir os conteúdos das equipes. Atualmente, as redes sociais estão permitindo que as celebridades e os fãs estejam mais próximos, até mesmo interagindo por meio de mensagens, comentários e postagens.

Essa é a opinião de Gabriel “FalleN”, um dos maiores jogadores brasileiros de esports. “Os avanços tecnológicos expandiram as transmissões dos esportes, jogadores de outros países ou muito distantes de você estão a um clique de serem acompanhados por fãs ao redor do mundo todo. Isso mudou a dinâmica de como o jogador se conecta com o fã. É possível acompanhar o dia a dia de um profissional, saber o que come, coisas que gosta de assistir, o que indica, como vive”, afirma em entrevista para a Betway, site de bets eSports. 

Uma das razões que tem feito os competidores de eSports transcenderem os próprios clubes é a presença nas redes sociais (Divulgação)

Atualmente, FalleN mora nos Estados Unidos e atua em um clube que conta com profissionais de vários países. Mesmo assim, a imagem dele não está atrelada apenas a uma organização ou a um time pelo qual tenha jogado.

Outro fenômeno é Bruno Goes, o Nobru. Jogador de Free Fire, ele foi campeão mundial pelo Corinthians. Porém, agora ele atua com a própria organização, o Fluxo – que criou em parceria com Lúcio “Cerol”.

Os números de Nobru impressionam. Enquanto o Corinthians (o clube como um todo, não apenas a parte de Esports) tem 6 milhões de seguidores, o jogador conta com 11,7 milhões de seguidores, ou seja, quase o dobro. No Youtube, o clube tem 1,5 milhões de inscritos, já os fãs do canal de Nobru chegam a 13 milhões.

“As pessoas se identificaram com o Nobru e ele parece estar muito bem aconselhado sobre como gerir sua carreira dando passos importantes para se estabelecer a longo prazo no cenário. Acredito que ele venha tomando decisões muito acertadas e desejo boa sorte para ele e seus projetos”, afirma Gabriel “Fallen”.

OPORTUNIDADE À VISTA
Por já estarem imersos no universo digital, os jogadores de esports possuem maior afinidade com esse meio. Tanto que uma das tendências do momento é a de streamer, ou seja, a transmissão ao vivo de conteúdos.

Esse é o caso de Gustavo “Baiano”, um ex-jogador profissional de League of Legends. Sempre discreto, ele foi um dos competidores com mais relevância para o país. Atualmente, ele se dedica a compartilhar conteúdo com a comunidade de fãs e apaixonados pelos jogos eletrônicos.

No esporte tradicional, isso não é comum de acontecer. Dificilmente, um profissional se torna comentarista televisivo, por exemplo. No que se refere à prática esportiva, também não há como divulgá-la no momento em que acontece. Já nos esports é possível jogar, enquanto conversa e mostra táticas para o público.

Dessa forma, tanto as redes sociais quanto os streamings têm servido de trampolim para quem quer descolar a imagem dos clubes e crescer por conta própria. Mas é óbvio que os profissionais precisam fazer a sua parte, seja engajando ou gerando conteúdo de qualidade para quem os acompanha.