Estratégia O2O ganha mais força no mercado, diz consultoria HandMade
“É difícil falar de inovação sem falar em digital ou qualquer tipo de tecnologia”. “Não existe opção de não passar pela transformação digital, a empresa que falar não quero, vai morrer”. “Não é à toa que as empresas estão investindo pesado para melhorar seus processos”. As declarações são de Luis Felipe Fernandes, CEO e sócio da HandMade, que está convicto que o jeito de inovar é o que faz a diferença. Para ele, a inovação tem de ser colaborativa.
“O que a gente fez foi encontrar maneiras de envolver os clientes no processo, e não só lá na ponta, na aprovação. O que fazemos, de uma forma não literal, é tirar o chapéu de aprovação do cliente e colocar o chapéu de colaborador, no sentido de ele trabalhar conosco. É claro que a gente tem toda uma forma de fazer isso para que seja natural, suave, mas essencialmente a nossa inovação como empresa foi inovar no jeito como fazer”, diz Fernandes, que tem como sócios na consultoria de inovação e design criada em 2015 os publicitários Fernando Rocha e Gustavo Burnier, todos com passagens por grandes agências como AlmapBBDO e Ogilvy.
Segundo Fernandes, parte do produto da HandMade é o chamado ways of working. “É de fato como a gente constrói os processos colaborativamente para que a inovação aconteça, porque uma ideia é só uma ideia, a inovação verdadeira é aquela implementada e gerando resultado para todas as pontas. Isso se materializa em uma série de coisas, como trabalhar sempre com equipe multidisciplinar para cada desafio”, resume o publicitário.
Para ele, trata-se de uma visão pragmática sobre inovação, “que na verdade é aquilo que traz uma visão diferente para a mesa, que descobre alguma coisa que ninguém tenha descoberto ainda, mas que gera resultados independentemente de ser glamourosa ou não”.
Assim como várias consultorias e startups, a HandMade surfou na onda do investimento das marcas em digital. De acordo com Fernandes, a empresa deve terminar o ano, período em que conquistou clientes como OLX e PetLove, com crescimento de 10% em relação a 2020. “O ano passado já tinha sido o nosso maior ano de crescimento”, declara.
Na HandMade, a demanda por processos de inovação com tecnologia embarcada vem numa crescente, porém, com uma diferença em 2021: houve forte crescimento de briefings das marcas pedindo aplicação da estratégia O2O (online-to-offline), baseada em levar a experiência de compra do mundo digital para o ambiente físico.
“A nossa sensação é que esse tipo de briefing tem surgido mais agora porque durante a pandemia tudo que é online bombou, cresceu muito. E agora que as coisas estão voltando ‘ao normal’, a experiência ficou descasada. Houve muito investimento em digital e, neste momento, não há uma consistência de experiência. O consumidor é atendido de um jeito no digital, mas na hora que vai para o presencial aquilo que fez lá não tem conexão nenhuma com o que está fazendo numa loja física. A estratégia é fazer com que haja consistência de experiência em todos os canais das marcas”, diz Fernandes.
Para o profissional, o investimento em inovação voltou, o investimento em digital se manteve e a confiança do mercado também retornou. Vivara, Volkswagen, Porto Seguro e Wine são algumas das marcas já atendidas pela HandMade.