Estudo da Kantar mostra que Brasil é um dos países que mais recorrem à IA
Levantamento ouviu mais de 10 mil consumidores em dez países, entre eles, Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, etc
O estudo ‘Connecting with the AI Consumer’, da Kantar, mostra que 81% dos usuários de IA já recorreram a assistentes de voz, chatbots ou de compras nos últimos meses. Entre eles, 76% afirmam usar semanal ou diariamente, enquanto 24% recorrem com menos frequência.
O estudo ouviu mais de 10 mil consumidores em dez países (Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Singapura, África do Sul, Reino Unido e EUA). O relatório considerou “assistentes de IA” como qualquer ferramenta que responde a comandos, automatize tarefas ou forneça recomendações, podem ser assistentes de voz, virtuais, chatbots ou soluções de compras.
Por geração
O uso é mais intenso entre a Geração Z (83%) e Millennials (81%). Entre a Geração X, o índice cai para 66%, e entre Boomers, 51%.
“Esses padrões sugerem que a IA está especialmente integrada à rotina dos consumidores mais jovens, muitos dos quais cresceram com ferramentas digitais”, aponta a Kantar.
Boomers priorizam proteção de dados (54%), enquanto jovens destacam criatividade e apoio em decisões (48% da Geração Z e 46% interessados no potencial criativo).
Por região
Na Índia, 67% dizem usar assistentes de IA diariamente, contra 50% na China e 46% no Brasil. Já na Europa o índice é menor: 18% dos franceses e 14% dos alemães usam menos de uma vez por mês. A instituição aponta como variação os fatores como infraestrutura, maturidade digital, privacidade e cultura divergentes em cada país.
O que os usuários buscam
A principal característica é a velocidade: 61% destacam a resposta rápida como mais útil. Em seguida vem a geração de ideias criativas (48%), que transforma a IA em parceira para brainstorming, criação de conteúdo e tarefas como receitas, roteiros de viagem e rascunhos de e-mail.
“Consumidores valorizam IA que economiza tempo e inspira”, diz Luis Bosisio, diretor de brand da Kantar Brasil. “Ao desenvolver um assistente digital ou integrar IA a sites e apps, é essencial priorizar interações ágeis e úteis.”
Novas demandas
Além de tarefas simples, usuários querem ajuda em decisões (45%), planejamento financeiro (42%), organização de viagens (36%) e recomendações de entretenimento (33%). Já o apoio interpessoal, como em relacionamentos ou networking, é o menos atrativo.
Para as marcas
O estudo destaca três frentes essenciais:
- Criar experiências intuitivas e centradas no usuário, priorizando praticidade, criatividade e organização.
- Construir confiança desde o início, garantindo clareza no uso de dados, segurança e opções de controle.
- Considerar contexto cultural e geracional: o que funciona na Índia pode não se aplicar à França, assim como a Geração Z tem expectativas diferentes dos Boomers.
- (Crédito: Foto de Igor Omilaev na Unsplash)