Estudo da PwC aponta otimismo de executivos das teles, tec e mídia
Empresa consultou líderes globais nesta 25ª edição da análise anual; na média, as boas perspectivas entre CEOs, inclusive brasileiros, foi de 77%
Os executivos que lideram empresas brasileiras da indústria de tecnologia, mídia e telecomunicações estão otimistas em relação ao cenário econômico internacional. A constatação é da 25ª edição da Pesquisa Anual Global com CEOs da PwC (25th Annual Global CEO Survey). Foram ouvidos cerca de 4.400 líderes, em 89 países, “com participação expressiva de brasileiros”.
Para 83% dos representantes do setor, haverá aceleração da economia no mundo em 2022. A média de otimismo entre os CEOs brasileiros foi de 77%, mesmo volume registrado na média global, percentual que, segundo Ricardo Queiroz, CEO da PwC, foi uma “grande coincidência”, o que prova a sintonia do segmento. Também não é para menos. O setor foi o que mais cresceu durante a pandemia, já que o uso da tecnologia, mídia e telecomunicações foi imensamente requisitado durante o isolamento social, provocado pela Covid-19.
O tripé (TMT), diga-se de passagem, foi o que também salvou a lavoura. Sem ele, seria quase impossível tocar a vida minimamente. Outro dado importante, que pode servir de alerta para o mercado, é que 10% dos executivos do setor de TMT preveem que este será um período de desaceleração, enquanto 7% acreditam em um cenário de estabilidade econômica.
Quando questionados sobre a perspectiva para o crescimento do PIB no Brasil, o percentual dos executivos que apostam na recuperação econômica cai para 60%, acompanhando as previsões de lideranças de outros setores, que mantiveram essa média em 55%. Ainda sobre a economia do Brasil, 10% dos executivos da indústria de TMT acreditam na estabilidade e 30% na desaceleração.
Para Queiroz, a economia brasileira ainda sente os reflexos da pandemia. “Mesmo assim, o setor traz previsões de aumento da receita ano a ano. Este é um segmento que traz mais agilidade de negócios que a média brasileira e os números da pesquisa refletem esses dados”, argumenta.
No Brasil ainda há o agitado clima da política, com a eleição presidencial, que promete aumentar a fervura à medida que os meses passam. Segundo Queiroz, a instabilidade gerada neste período não se deve à eleição, mas, sim, ao clima em torno dela. Após o período da votação, ele acredita que, seja quem for o presidente, “haverá calmaria. “Aos poucos as coisas voltam aos seus lugares”.
Uma prova de que tudo pode entrar nos eixos é a expectativa de crescimento das empresas nos próximos 12 meses. Segundo a pesquisa da PwC, 67% dos líderes de companhias de TMT brasileiras estão confiantes, pouco acima da média global, que é de 56%. E o percentual sobe para 83% quando consideram o cenário dos próximos três anos; enquanto a média global fica em 64%.
A pesquisa também revela que os Estados Unidos são o principal mercado estratégico para 67% dos executivos de TMT no Brasil, seguido por China (30%) e Argentina (27%).
Ainda conforme o estudo, ao citar os principais fatores de preocupação nos próximos 12 meses, os CEOs do setor indicam a instabilidade macroeconômica (60%) e riscos cibernéticos (50%), seguindo a mesma tendência indicada pela média de todos os participantes brasileiros na pesquisa.
As ameaças são um destaque do estudo. As principais preocupações dos executivos brasileiros são a desigualdade social e os ataques cibernéticos. Queiroz afirma que o resto do mundo tem preocupação menor com esses problemas. Outro fator de preocupação dos executivos gira em torno do meio ambiente. Todos os itens já estão na pauta e devem ganhar em breve estratégia para combatê-los.