Estudo afirma que relação entre cliente e marca tem se tornado mais complexa
O levantamento de Edelman apontou que os consumidores estão mais conscientes e fazendo menos compras por impulso
O aumento da vulnerabilidades devido aos conflitos globais, inflação e mudanças climáticas estão criando consumidores cada vez mais proativos, ponderados e exigentes. É isso que apontou o "Relatório Especial do Edelman Trust Barometer 2023: O Colapso do Funil de Compras".
Entre os dados apresentados pelo estudo da Edelman, foi revelado que 72% dos brasileiros descobrem coisas que os atraem e os tornam leais a uma marca após a primeira compra e, nesse cenário, 88% dos respondentes afirmaram que, além de apenas usar os produtos ou serviços, eles também interagem diretamente com as marcas.
Sobre o mercado nacional, a pesquisa mostra que os consumidores têm mais probabilidade de comprar de marcas que se comprometem a tomar medidas como melhorar o acesso à saúde (10,5 vezes mais propensão), combater o racismo (8,5 vezes mais provável) e abordar as mudanças climáticas (6 vezes mais provável).
Outro ponto apresentado pelo levantamento é que, desde o ano passado, os consumidores estão examinando mais de perto as marcas, fazendo com que 76% dos brasileiros estejam mais conscientes dos preços, 66% fazendo menos compras por impulso e 72% estão pesquisando mais antes de comprar.
"Certos movimentos apresentados no estudo já vêm ocorrendo há alguns anos, mas, desde a pandemia e com as novas questões, eles aparecem mais claramente. Falamos do colapso do funil de compra, mas também da concretização do 'ciclo de confiança'. Hoje é tão importante que as marcas criem outras formas de conexões com seus consumidores, que a compra se torna apenas o ponto inicial", explicou Marcília Ursini, vice-presidente executiva da Edelman Brasil.
A análise apontou quais são as principais considerações para os consumidores brasileiros quando estão comprando uma marca, sendo elas a melhor qualidade (93%), o bom custo-benefício (92%), a qualidade do atendimento (90%) e a confiança (80%).
Embora esses dados sejam refletidos em todos as faixas etárias, a pesquisa apontou que a geração Z tem elevado o padrão para o relacionamento dos consumidores com as marcas, com 64% deles afirmando que as marcas devem tornar seus valores mais visíveis. Já para 62% deles, se uma marca não comunica suas ações para lidar com questões sociais, eles presumem que ela não está fazendo nada ou está escondendo algo.
Além disso, o estudo pontuou que essa geração está influenciando a forma como os consumidores brasileiros compram e interagem com as marcas, com 66% dos entrevistados de outras idades afirmando que os adolescentes e jovens universitários os influenciam sobre onde e como fazer compras.
"A atuação linear das marcas, representada pelo tradicional funil compra, não é mais efetiva por uma série de fatores, a começar pelo perfil dos consumidores e as relações que são muito mais complexas e dinâmicas. Com as crescentes preocupações com questões sociais e consumidores mais vulneráveis, é essencial que as marcas atuem para além de seus negócios para construir confiança com seus públicos". completou Marcília.
A pesquisa foi realizada em 14 países, incluindo o Brasil, com cerca de 13.800 entrevistados, entre 1º e 12 de maio de 2023.