Estudo mostra como conquistar a Geração Z

A WGSN, empresa global focada no desenvolvimento de inteligência criativa para novos negócios, acaba de lançar um estudo com dez pontos cruciais para os varejistas manterem uma conversa direta e eficiente com os consumidores da Geração Z – aquela que vem logo depois dos Millennials ou Geração Y (veja texto na página ao lado) e, atualmente, compreende os jovens de até 19 anos. Segundo a pesquisa, até 2020 esse público representará 40% do total de consumidores nos Estados Unidos.

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Novos consumidores: Geração Z busca protagonismo; marcas que valorizarem a experiência e a praticidade, sobretudo no meio digital, terão mais oportunidades

Além das dez tendências de consumo para esse público – que estão destacadas no quadro ao lado –, o estudo determina cinco pontos principais que diferenciam a Geração Z dos Millennials: eles valorizam mais a diversidade de gêneros e raças; são adeptos de até cinco telas convergentes, como TV, smartphone, laptop, desktop e tablet; são autossuficientes e acreditam no poder do próprio sucesso, sempre com o auxílio da tecnologia na palma da mão; buscam a fama e, por isso, desejam estar no centro das marcas e telas online; e, por terem nascido em momentos de depressão econômica e fatos marcantes como o atentado de 11 de Setembro, são menos otimistas e mais realistas.

No quesito tendências, a exclusividade e a possibilidade de personalização é o que mais atrai esses novos consumidores, sempre em busca de experiências que ajudem a expressar sua individualidade. Um exemplo de marca que já vem seguindo essa linha é a Converse, que nos Estados Unidos já permite que o consumidor personalize os tênis, mochilas e outros acessórios.
Conhecida por sua pluralidade, a Geração Z, só nos Estados Unidos, comprova a sua miscigenação: 24% dos americanos têm origem hispânica, 14% afro e 4% asiática. Por isso mesmo, valorizam a diversidade, inclusive em relação a gêneros.

As questões pertinentes a esse público, geralmente, são discutidas no meio online, especialmente via plataformas mobile. É nos smartphones, principalmente, que eles pesquisam seus objetos de desejo e finalizam compras. Segundo o estudo, a Geração Z prefere marcas que interagem via redes sociais (38%), e-mail (33%) e anúncios online (28%).

Para se destacar nesse cenário, as marcas devem pensar em estratégias que mantenham a atenção desse público, uma vez que são pessoas acostumadas a uma vasta oferta de meios e simbologias para se comunicar e, consequentemente, têm dificuldade em manter a atenção por muito tempo. Assim, eficiência nas experiências de compra é fundamental e marcas que oferecem ferramentas práticas para compra online, preferencialmente em mobile, se destacam.
Outra forma de as marcas se destacarem com esse público é manter um diálogo direto com eles e promover a interatividade: a Geração Z é fã de storytelling, mas prefere estar inserida na história, contribuindo e interagindo com o conteúdo, do que apenas ser coadjuvante do enredo.

Por fim, se as marcas puderem, nessa comunicação, ensinar algo, os jovens da Geração Z vão agradecer: estudos mostram que 72% dos estudantes são ávidos por conhecimento e desejam ter o próprio negócio.

Jovens condenam atitudes preconceituosas

Atitudes como maltratar pessoas por conta da orientação sexual ou por causa da cor da pele são condenadas duas vezes mais por jovens entre 18 e 29 anos do que por indivíduos acima de 40 anos. Esta foi a principal conclusão da pesquisa feita pela Flyfrog sobre a moral e a ética dos brasileiros. O estudo também revelou que xingar ou maltratar alguém por causa da posição política ou religião é igualmente mais condenada por essa geração.

Aborto, agressão à mulher e não prestar socorro a acidentados lideram a lista das ações mais condenadas pelos brasileiros, segundo o estudo denominado Moral e Ética: quais os valores que norteiam os brasileiros? O levantamento foi feito via internet com cerca de 400 pessoas de todas as regiões do país, homens e mulheres, das classes A/B/C e idade a partir de 18 anos, ponderados por dados do censo IBGE 2010 para a população.

Os questionamentos não incluíram os crimes indiscutidos, como assassinato e roubo. Mas apenas os comportamentos que, se não caracterizam um crime sério, podem ser considerados crimes “menos graves” ou borderline: uma contravenção ou uma “esperteza”.

Os entrevistados responderam a um grupo de frases sobre atitudes “condenáveis” para apontar as que consideravam mais e menos graves através de notas. A técnica utilizada para isso é a Max Diff, que permite produzir rankings de repulsa ou aceitação em grandes conjuntos de itens de qualquer natureza que são apresentadas em diferentes sequências a cada pessoa. “Notamos que os mais jovens condenam certas coisas que são preconceituosas, como piadas racistas ou homofóbicas”, revela Rodrigo Toni, fundador da Flyfrog. “Os jovens são menos tolerantes a coisas intolerantes”, completa.

Foram apresentadas 34 atitudes aos entrevistados, como furar fila, pagar propina para evitar multa; comprar produtos importados sem pagar imposto; comprar mercadoria sabidamente roubada; consumir álcool e dirigir; maltratar animais; ter relações homossexuais; usar drogas; trair namorado(a) ou cônjuge; fazer aborto; separar ou divorciar etc. “O estudo não mede comportamento, mas atitude, opinião. Não quer dizer que quem condene, não pratique o que condena. Mas para mudar o comportamento, é necessário o mínimo de começar mudando a atitude. O que demonstra um bom sinal e esperança em relação a alguns dos itens que lideram a lista das atitudes mais condenadas; mas que ainda precisamos caminhar bastante para sermos uma sociedade cidadã e legalista”, explica Toni.
O executivo alertou sobre os riscos que a propaganda corre com essa postura de boa parte dos jovens brasileiros. Ele citou o exemplo dos comerciais de cerveja, que, em muitos casos, acabam sendo machistas. “Uma marca de cerveja, só para citar, caso queira conversar com esses jovens, precisa repensar a forma de se comunicar”, destaca.