Figueiredo: foco maior nos anunciantes que precisam fazer eventos corporativos

 

O mercado de convenções e eventos corporativos tem apresentado números expressivos de crescimento no Brasil. O setor já representa metade do faturamento dos resorts no país – onde acontece boa parte das grandes convenções – e se torna uma estratégia importante de comunicação para as empresas alavancarem seus negócios. O Grupo Talkability, que completa 25 anos em 2013, apresentou um crescimento de 300% em seu faturamento realizando eventos corporativos. A Bullet Eventos, uma das empresas do grupo, cresceu 150% em 2011, época em que o setor começou a se transformar, e espera dobrar este número agora.

 

Um estudo da consultoria KPMG, feito em parceria com a revista Exame, apontou que, em 2011, só a cidade de São Paulo recebeu US$ 8,4 bilhões em investimentos diretos de multinacionais. Crescimento bem expressivo para um curto espaço de tempo. Só para se ter ideia, em 2006 esse valor foi de “apenas” US$ 609 milhões.

Segundo Fernando Figueiredo, CEO e sócio do Grupo Talkability, estes três primeiros meses do ano foram extremamente bons e aquecidos. “O desempenho foi cerca de 30% maior do que 2012 no mesmo período”, afirma. “Porém, a questão maior é até que ponto isso vai continuar”, pondera.

O executivo diz que eventos, principalmente os corporativos, sempre foram um dos principais pilares de atuação da empresa, desde sua fundação. “E hoje, entre todas as empresas do grupo, a Bullet é a que mais cresce. Justamente aquela focada em eventos”, ressalta. “Nosso foco é projetos sob demanda, na relação business to business com o anunciante. O mercado de eventos proprietários e de entretenimentos, por exemplo, ainda está se moldando, e a variação de demanda é muito complicada. Focamos mais nos anunciantes que precisam fazer eventos corporativos ou convenções”, explica

A Bullet Eventos foi a responsável pela primeira convenção da BRF após a fusão da Sadia e Perdigão, e já realizou dezenas de convenções para empresas como Tintas Coral, Bradesco Seguros, Unilever, FastShop, Batavo, Volkswagen, Nissan, entre outras.

Diretora-geral do Banco de Eventos, empresa da Holding Clube, de José Victor Oliva, Lissandra Duarte acredita que o mercado de eventos corporativos tem crescido principalmente pela alta performance de determinados segmentos. “Além disso, a quantidade de lançamentos e novidades apresentada pelas empresas ao mercado não é mais concentrada em determinados períodos do calendário. Isso implica um crescimento natural, uma vez que essas novidades precisam ser apresentadas para os principais parceiros antes mesmo de chegar ao mercado”, diz.

Já para Eliana Azeredo, diretora da Capacità Eventos, de Porto Alegre, cada vez mais as empresas usam os eventos como ferramenta de marketing, em que os resultados podem ser medidos com mais agilidade. “As verbas das empresas têm aumentado, assim como as exigências por parte dos clientes”, afirma, lembrando que os eventos também não podem ficar de fora da era digital. “Eles precisam ser pensados de forma estratégica, permitindo que as redes sociais se integrem aos eventos presenciais. E as empresas que estiverem neste caminho, que estiverem preparadas e inovarem, terão uma oportunidade ímpar de crescimento.”

Na visão de José Boralli, presidente da b!ferraz, agência do Grupo ABC, o mercado de eventos corporativos tem crescido em média 20% de um ano para o outro. “Eu acho que hoje em dia todo o planejamento de comunicação das empresas tem que ser o mais completo e eficiente possível. Neste composto, o evento corporativo, seja para público interno, para formadores de opinião, acionistas ou mercado em geral, é fundamental para que possa haver um alinhamento entre o discurso da empresa e a expectativa com relação a todos esses pontos de contato”, explica .

Segundo Boralli, essa ferramenta vem tomando uma importância tão grande que virou oportunidade de conexão com um público maior. “O evento corporativo está sendo usado cada vez mais de maneira profunda e estratégica, engajando diversos públicos”, conta. “Com a ‘sofisticação’ da ferramenta, os investimentos aumentam e as verbas para a área estão maiores”, completa.

Já Cleber Paradela, sócio e diretor de planejamento da Agência Tudo, aponta dois motivos para o crescimento do número de eventos corporativos. “Primeiro pela maior preocupação em fazer comunicação direcionada a stakeholders estratégicos, e eventos se tornam uma poderosa ferramenta de relacionamento; e também porque as empresas estão buscando formas de gerar experiência de marca para os consumidores. E ainda não inventaram uma plataforma mais eficaz do que o live marketing para isso.”