Eventos: liberou geral?

No último dia 1º de novembro, o Governo do Estado de SP comunicou o fim de restrições à realização de eventos de qualquer tipo, inclusive shows, baladas, esportivos (100% de ocupação dos estádios de futebol), sociais ou culturais.

A liberação se dá no momento em que o estado supera a marca de 70 milhões de doses de vacina contra Covid-19 aplicadas e o atingimento de quase 90% da população adulta, com uma consequente queda dos números de infecção, internação e mortes.

A notícia deve ser comemorada pelo setor de eventos, uma vez que, pela importância do estado, a decisão deverá ser acompanhada em todo o Brasil, embora o governo de SP tenha delegado a decisão final a cada município do estado.

Aliás, em diversos estados, já havia uma liberação para boa parte dos eventos. E isso é muito bom para a economia!

Já ocupei este espaço diversas vezes para destacar a importância dos eventos para a dinamização da economia e retomada de milhões de empregos de profissionais que atuam num segmento abalado por quase dois anos de paralisação. Mas a questão que fica é: liberou geral? Não precisamos mais nos preocupar com a pandemia?

Não é bem assim. A liberação está condicionada ao uso obrigatório de máscaras em qualquer ambiente; respeito aos protocolos de higiene e apresentação de comprovante de vacinação (para eventos com mais de 500 pessoas). Para quem ainda não tomou duas doses da vacina (ou dose única), deve-se exigir comprovação de teste, realizado recentemente.

Ou seja: a pandemia não acabou e ainda exige cuidados para que não tenhamos uma reversão dessa tão esperada liberdade de realização de eventos.

Os organizadores de eventos já estão acostumados a protocolos, mesmo antes da pandemia, e deverão cumprir fielmente as exigências.

E isso deve ser feito com bastante critério, já que boa parte das empresas ainda restringe – ou proíbe mesmo – a participação de funcionários em eventos presenciais. Mas o fato é que já se percebe um grande aumento na movimentação de eventos nesse último período do ano e estima-se um verdadeiro boom em 2022.

Isso deverá acontecer pelo represamento de eventos de calendário e pelo desejo das pessoas e das empresas em voltar a ter interações mais ricas, sem intermediação de telas. Não que os eventos virtuais sejam abandonados. Longe disso!

A pandemia comprovou que é possível, sim, realizar diversos tipos de atividades remotamente e isso não tem volta.

Mas ficou claro também que não se substitui facilmente o presencial nas situações em que se espera networking e grande interação entre pessoas.

Fala-se muito no tal metaverso, com pessoas vivendo uma segunda vida, como um avatar em um universo paralelo. Lembro que já foi tentada uma experiência desse tipo há mais de dez anos, com a criação do Second Life. Lembra?

Mas não funcionou. Agora os recursos são mais sofisticados e tem grandes players interessados, o que deverá gerar uma nova onda, mas o envolvimento presencial continuará sendo supervalorizado.

No campo dos eventos, o futuro é híbrido, com a melhor conjugação do presencial com o virtual. Pensando no agora, o certo é termos consciência de que é importante voltarmos a nos reunir, mas com a continuidade da prevenção.

Personalidade do ano
Peço licença para ocupar este espaço para demonstrar minha satisfação pela conquista do título Personalidade do Ano pelo Prêmio Caio 2021, na categoria Institucional.

Sabendo que foi uma escolha por eleição direta, envolvendo os principais players do setor, fico ainda mais envaidecido e agradecido.

Tenho certeza que o prêmio personificado em mim, na verdade, é para a Ampro, instituição que presido e tem uma atuação incansável pela melhora de condições do live marketing no Brasil.

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) (alexis@ampro.com.br)