CMOs precisaram reaprender nova forma de fazer marketing e publicidade

ABA e propmark apresentam dez profissionais que se destacaram no ano com iniciativas de impacto positivo nos negócios e na sociedade

Em um projeto realizado em parceria com a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), o propmark apresenta dez CMOs de destaque no ano. Entre os critérios adotados pela entidade para escolher os melhores executivos de marketing no mercado brasileiro,  foram consideradas premissas como ter um olhar inovador, disruptivo e criativo. Mas hoje apenas isso não basta mais.
Os indicados são líderes que impulsionam iniciativas que contribuem para o crescimento sustentável dos negócios, que trazem impacto positivo para a sociedade, fortalecendo agendas urgentes, como diversidade, equidade e inclusão e a proteção do meio ambiente.

“Esses CMOs mergulharam nas novas tendências, principalmente as de ESG e tecnológicas, como inteligência artificial, sem perder a conexão humana e o cliente como centro de tudo. São líderes que usaram as novas tecnologias para melhorar a experiência dos seus clientes e criar ações multissensoriais, que colocaram suas marcas em conexões genuínas com os consumidores, participando de suas conversas e usando esses insights aliados a inovação, tecnologia e criatividade para o desenvolvimento de campanhas, produtos ou serviços de impacto social. E tudo isso com olhos atentos para as questões éticas e de regulamentações, como a LGPD”, explica Sandra Martinelli, CEO da ABA e membro do executive committee da WFA.

Em um cenário de transformação digital, com a busca incessante pela eficiência e melhores resultados, hoje muitos CMOs precisaram desaprender para reaprender uma nova forma de fazer marketing e publicidade, ressalta a líder da ABA.

“É possível e preciso, sim, aprender e desenvolver novos skills, mas diante das tendências que surgem dia a dia numa velocidade luz, eles devem também trazer parceiros que somem. Não é fácil, ainda mais que, com todos esses desafios, eles ainda convivem com a reavaliação constante de seus cargos, resultando em cada vez menos tempo nas empresas”, pontua Sandra.

De acordo com estudo da consultoria americana Spencer Stuart, em 2014, o tempo médio de permanência de um CMO no cargo era de três anos (36 meses), hoje, esse período é 28 meses, ou dois anos e quatro meses.

Sandra Martinelli: “Minha nota é 8” (Divulgação)

Habilidades humanas esperadas de um profissional de marketing, como comunicação, influência, inovação e criatividade, somadas a novos skills de exatas com uma visão holística de dados, estatística e tecnologia, como a inteligência artificial, vêm moldando as estratégias de comunicação em ritmo acelerado.

“Além disso, o marketing está cada vez mais complexo, com mudanças constantes na forma como os consumidores se comportam e interagem com as marcas e é preciso que os líderes de marketing, além de ter adaptabilidade, disrupção e desafiar o ‘status quo’ todos os dias, façam com que essa comunicação marca-consumidor seja relevante para ganhar sua atenção em um mundo acelerado e hiperconectado, onde somos constantemente bombardeados por um excesso de conteúdo, marcas e propaganda”, ressalta a executiva.

Na opinião da CEO da ABA, a agenda mais complexa do momento é a de DE&I.  No Censo DE&I 2023, da WFA (World Federation of Advertisers), um dos dados que mais chamam a atenção é de que 18% dos entrevistados indicaram que, provavelmente, deixarão o setor com base na falta de inclusão e diversidade. Esse número sobe para 24% no caso de minorias étnicas e PCDs. “Isso é o reflexo de que não basta contratar pessoas diversas se não houver a cultura da inclusão nas empresas e um sinal de alerta para um setor que tem por natureza uma postura mais aberta, e cujo sucesso passa pela contribuição de grupos minoritários.”

Leia a matéria na íntegra na edição de 13 de novembro de 2023