"Existem várias formas de liberdade de expressão", diz ministra
A ministra Cármen Lúcia e Frederic Kachar durante o fórum da Aner
“A imprensa nos ensina”. Essa foi a frase que deu as boas-vindas à décima edição do Fórum Aner, que acontece nesta quinta-feira (20), no auditório Philip Kotler, na ESPM, em São Paulo. “O primeiro mandamento do século 21 é aprender a aprender”, destacou a ministra Carmen Lúcia.
Empossada recentemente como presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia defendeu a ideia de que não existe apenas uma forma de liberdade de expressão. “Existem várias formas de liberdades. Eu diria que hoje deveríamos chamar de liberdades de expressões, no plural”, garantiu.
A ministra foi ainda mais além. “As novas tecnologias não atingem apenas os meios de comunicação, mas também as liberdades de expressões”, destacou.
Armando Ferrentini, Duilio Malfatti e Carmen
Para a ministra, a liberdade precisa ser uma garantia do Estado. “A liberdade de expressão precisa ser garantida pelo Estado, que precisa de uma reformulação”, garantiu.
Ela ainda falou sobre aquilo que julga ser um papel imprescindível da imprensa. “A imprensa livre é capaz de apresentar a informação para que o cidadão se forme”, diz. “Por outro lado, a imprensa tem outro papel, que é fundamental, que é o de fiscalizar o poder público”, completou.
Nizan Guanaes, Caio Barsotti e Duilio Malfatti
A presidente do STF também disse que a interpretação da Constituição Federal ficou mais clara graças à imprensa. “Hoje, temos jornalistas que cobrem exclusivamente o mundo do Judiciário”, ressaltou. Ainda de acordo com ela, no Brasil, houve, sim, uma evolução. “Em termos de cidadania, nosso país evoluiu bastante”, garantiu. “É impossível garantir a efetividade social da Constituição sem uma imprensa livre”, concluiu.
O fórum é realizado pela Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), que é presidida por Frederic Kachar (Infoglobo), e conta com a presença de várias lideranças do mercado publicitário, como Nizan Guanaes (Grupo ABC), Armando Ferrentini (Editora Referência), Caio Barsotti (Cenp), Walter Longo (Abril) e Duilio Malfatti (Secom).