Só 45% das agências relatam crescimento no primeiro semestre de 2024

Dados coletados em agosto pela pesquisa VanPro, organizada pelo Sinapro e Fenapro, indicam também estabilidade (30%) e queda (25%)

A pesquisa VanPro revelou que apenas 45% das agências elevaram as suas receitas no primeiro semestre de 2024. Por outro lado, quase um terço (30%) apontaram estabilidade na receita, e 25% registraram queda na comparação com os primeiros semestres de 2024 e de 2023.

O estudo, organizado pelo pelo Sindicato das Agências de Propaganda (Sinapro) e Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), ouviu 221 agências de 20 estados e do Distrito Federal.

A expansão de 23% do total das agências ouvidas ficou entre 10% e 30%, enquanto 12% conseguiram ultrapassar a taxa de 30%. Para 10% da amostra, o avanço foi inferior a 10%. Os negócios com perdas superiores a 30% representam 10% dos dados coletados em agosto.

“A nova sondagem mostra que o cenário financeiro para as agências é diversificado, com a maioria delas crescendo, mas uma parte expressiva apontando estabilidade ou mesmo queda. São números que refletem os atuais desafios competitivos do mercado”, comenta em nota Daniel Queiroz, presidente da Fenapro.

Desafios
Para 64% das agências, as previsões para os próximos anos são alvissareiras. Mas subiu de 5% para 8% o número de entrevistados que enxergam adversidades. “A realização de um planejamento estratégico e de reflexão sobre mercado pode trazer soluções para os problemas comerciais e de crescimento”, sugere Ana Celina, diretora da Fenapro.

A principal lacuna observada está na gestão de processos e equipe (50%), de pessoas e políticas de RH (44%) e no gerenciamento comercial e captação de clientes (38%).

O avanço e a criação de novos negócios (36%) e a inovação tecnológica e a otimização da execução (30%) também exigem esforços das agências que, “mesmo registrando crescimento nos negócios, ainda têm desafios em termos de gestão, principalmente no que se refere às pessoas, que são o seu maior ativo”, reitera Roberto Tourinho, presidente do Sinapro-SP e integrante do GT da Fenapro.

“É preciso que elas se voltem mais ao desenvolvimento de políticas e processos que tornarão a sua gestão mais eficaz nos diversos aspectos da operação”, emenda.

Tecnologia
A oferta crescente de recursos de automação e inteligência artificial (IA) no trabalho criativo impulsiona avanços expressivos (17%), moderados (43%) e pequenos (28%). Ferramentas como ChatGPT, DALL-E, Midjourney e Gemini, além de soluções da Adobe e Copilot, estão entre as mais utilizadas por cerca de 79% das agências. A intenção de implementar novas tecnologias nos próximos seis meses perfaz 14% dos respondentes. Apenas 6% não pretendem adotar ferramentas de automação e IA.

A otimização do trabalho é um dos resultados mais citados. As melhorias incidem em mais agilidade na execução de tarefas e atenção aos detalhes, redução de custos, automação de tarefas repetitivas, qualidade do trabalho humano com menos erros, aprimoramento analítico e insights mais profundos obtidos a partir da análise de dados.

Esses benefícios ajudam a tomar decisões baseadas em estratégia, apurando a capacidade competitiva e de inovação das agências. No entanto, o estudo propõe a busca de novas alternativas, além da concentração no ChatGPT.

Perfil
As agências que participaram da pesquisa VanPro têm escopo de trabalho full-service (97%) com equipe de até 20 pessoas (54%). Elas possuem 20 anos de existência (51%) ou entre 11 e 20 anos (35%), e 96% são associadas ao Sinapro de seu estado, enquanto 73% integram o  Cenp - Fórum da Autorregulação do Mercado Publicitário.

O perfil de receita se mantém diversificado. Os valores partem de resultados anuais de até R$ 1 milhão (34%); entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões (22%); entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões (16%); entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões (13%); e acima de R$ 10 milhões (15%).