Festa da democracia?

Alê Oliveira

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência

Em tempos não muito passados, eleições como a deste ano em nosso país eram tidas como uma festa da democracia. Nos dias que correm, o acirramento entre lados contrários ganhou proporções e o que seria uma festa corre o risco de virar pancadaria.

Cabe aos brasileiros equilibrados conter os próprios excessos e os excessos alheios, evitando que o resultado final do pleito do próximo dia 7 (primeiro turno) acabe por se transformar, desta vez com maior força, no indesejável “nós contra eles”, dividindo a população de tal forma que o reatamento será algo impossível de se concretizar.

Há muitos motivos para o estado de coisas que hoje desfrutamos na vida política nacional e um deles é o enfraquecimento e a politização das instituições que pela própria natureza deveriam ficar à margem da disputa eleitoral.

É o caso típico, dentre outros, do STF, cuja composição por escolha política do presidente da República de plantão, com a aprovação da câmara alta, provoca sempre desconfiança em boa parte da população quando se trata de um julgamento envolvendo políticos.

Os quadros mais importantes da República não podem ser preenchidos em meio a uma batalha eleitoral que compromete o bom funcionamento das instituições.

Quem sai perdendo com esse estado de coisas é o Brasil e por consequência todos nós, que lutamos diariamente por uma vida melhor.

Nossos votos, neste momento próximo do primeiro turno, são para que uma vez escolhidos os finalistas, na disputa ao cargo máximo da República, o país tenha tranquilidade suficiente para que a festa da democracia não se transforme em uma batalha campal que venha a manchar o resultado das eleições.

Qualquer que seja o vencedor precisamos de paz e tranquilidade para tocar adiante este imenso país, cujos 210 milhões de habitantes têm o direito de viver em paz e dignamente, precisando disso como nunca.

Os exacerbados, aqueles que gostam de acender fósforos próximos a barris de pólvora, devem ser afastados do centro das atenções. A hora é de lideranças construtivas e não de incendiários, que a História mostra serem os primeiros a desaparecer quando o fogo se alastra.

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Nesta edição do PROPMARK, cobertura completa dos resultados da quadragésima versão do Profissionais do Ano, um prêmio ao talento publicitário, instituído pela Rede Globo, visando incentivar a busca da qualidade no produto final da propaganda brasileira.

As primeiras versões dessa hoje tradicional e mais importante premiação do trade foram realizadas no Rio de Janeiro, sob o comando do inesquecível João Carlos Magaldi, que dirigia a Agência da Casa, house da emissora responsável pela comunicação publicitária da mesma.

O Profissionais do Ano cresceu mais rapidamente do que imaginavam seus responsáveis, fazendo com que sua organização viesse para São Paulo, centro publicitário do país.

Premiações internacionais como o Cannes Lions e o Clio (este na época) contribuíram para aumentar o interesse pela premiação da Globo, que se transformou em passagem quase que obrigatória para os concorrentes brasileiros dos festivais internacionais.

Ganhar o Profissionais do Ano chegou a ser então uma espécie de selo de garantia para brilhos no Cannes Lions e no Clio, adicionando-se aqui tempo depois o Fiap, com objetivos mais sul-americanos e mais tarde abrangendo alguns países de outras regiões do conceituado circuito internacional da criatividade publicitária.

Hoje, o Profissionais do Ano, comemorando quatro décadas de bons serviços prestados à valorização do produto final da nossa propaganda, transformou-se no galardão máximo do setor dentro do nosso país, impulsionado pela invejável marca de qualidade que a sua emissora-mãe conquistou.

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Chamamos a atenção do leitor para a importante e cada vez mais atual abordagem jornalística sobre a atuação das consultorias no mercado brasileiro do advertising, fator que as levaram para ser matéria de capa desta edição.

Tem sido comum de uns tempos a esta parte comentários de dirigentes de destaque no mercado sobre a concorrência que as consultorias fazem às agências, com destaque para a Accenture, que já cria campanhas publicitárias e compra mídia para veiculá-las. Outras, como a McKinsey e a IBM, contentam-se (ainda) em operar apenas de forma complementar, sem garantirem, porém, que não ultrapassarão os limites dessa formatação.

Como ninguém limita o próprio desenvolvimento, salvo raríssimas exceções, é de se esperar que estas também atinjam o estágio da Accenture e outras surjam em um mercado que antes era uma reserva protegida pela legislação às chamadas agências de propaganda. A disrupção dos limites dos mercados é cada vez mais patente, se antes as leis se postavam na dianteira para controlar o fenômeno, hoje a legislação vem a reboque dos fatos nesse particular.

Não há mais reserva de mercado no mundo empresarial.

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Para a maioria dos players do nosso mercado (pessoas físicas e jurídicas), acabou se constituindo em uma surpresa a fusão das gigantes Y&R e VML, dando origem à VMLY&R.

Matéria especial nesta edição explica como se deu a fusão, que reduzirá custos das partes e – prometem seus responsáveis – no mínimo dobrará a capacidade de bom atendimento de ambas, agora transformadas em uma superstar do setor em nosso país.

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Para quem gosta de festivais e concursos publicitários em geral, esta edição é um prato cheio, com matérias (além da já mencionada cobertura do Profissionais do Ano) sobre o Festival do Clube de Criação, o El Ojo 2018 e o Colunistas Brasília, regional das mais importantes do consagrado Colunistas (Abracomp), em virtude de o governo central brasileiro cada vez mais fazer uso do instrumental publicitário para o bom desempenho das suas atuações e funções.

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Este Editorial é em homenagem à direção das empresas Globo, pela unificação administrativa de todas no agora denominado Grupo Globo.

Novamente o importante tema da redução de custos prevalecendo, para proteção da qualidade dos produtos finais de cada uma delas.

Não se trata de moda ou modismo. Os novos tempos exigem que assim se faça, em nome da (boa) sobrevivência.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).