FilmBrazil contabiliza US$ 27,5 mi em ações internacionais em 2020
Apesar de não estar na edição 2021 do Cannes Lions, o FilmBrazil está bem ativo. Braço internacional da Apro (Associação Brasileira de Obras Audiovisuais), o projeto ajudou a trazer para o país US$ 27,5 milhões em negócios, valor que agrega os dados da Ancine (Agência Nacional de Cinema). Mas o montante é 34% menor do que na temporada de 2019 quando foram contabilizados US$ 41,9 milhões. Segundo a Ancine, o segundo semestre de 2020 movimentou US$ 13,6 mi.
Marianna Souza, presidente da Apro, revela os dados. “Dos 278 projetos orçados, 158 efetivamente foram realizados, ou seja, 43%. Além disso, os países que mais importaram projetos brasileiros foram: EUA (29%), França (10%), Reino Unido (10%), Espanha (7%), Singapura (7%) e México (5%). E entre os principais destinos das produções internacionais no Brasil, São Paulo continua à frente com 71%, seguida pelo Rio de Janeiro com 23% e Santos com 6%”, elenca a executiva.
Marianna esclarece que a qualidade de produção do Brasil é um atrativo. Por esta razão a Apex patrocina o projeto FilmBrazil devido a esse interesse. “Mas isso só faz sentido de forma presencial. Estamos em Cannes desde 2005 e já ficou provado que o audiovisual brasileiro é competitivo”, diz, lembrando que a valorização do dólar contribui para o mercado internacional buscar a infraestrutura de produção brasileira para consolidar projetos. “O talento, aliado às locações exuberantes, mais a disponibilidade de equipamentos incrementam o setor em qualquer época. Mas com a cotação do dólar nas alturas, o lado financeiro passou a ter um peso significativo”, pondera
Marianna, enfatizando ainda que os protocolos de segurança na era da Covid-19, consolidados pelo setor com as autoridades sanitárias, também exerceram influência para a contratação do parque brasileiro de produção. “Acredito que com a baixa da primeira onda e a retomada das produções após a aprovação do Protocolo de Saúde e Segurança, as nossas produtoras voltaram a um ritmo melhor, não igual ao de 2019, obviamente, mas definitivamente mais intenso e produtivo do que durante a fase crítica. Tanto que observamos um aumento de 17% no volume de trabalhos orçados e 54% no número de projetos exportados quando comparamos os dois semestres de 2019”.
Quem fez a diferença? As produtoras de animação. Que não precisam de captação de imagens, mas da sua construção em estúdios. Além de atender às demandas do mercado interno, produtoras especializadas como Consulado, Lobo, Zombie, Iconoclast, Le Cube e StratoStorm, por exemplo, receberam briefings de agências do exterior para desenvolverem comerciais.
A Consulado foi acionada pela Leo Burnett de Chicago para produzir a campanha (character design, animação 2D e 3D) de lançamento dos produtos JumboSnax do portfólio da Kellogg’s. A produtora está nesse momento envolvida com a segunda parte da ação. A agência Digitas contratou a Iconoclast, sem revelar o cliente, para um projeto no último mês de março nos Estados Unidos.