Fintech will Bank aposta em desbancarizados para crescer
Fundador da empresa, Felipe Felix conta que 7 em 10 brasileiros não descrevem sua relação com o dinheiro de forma positiva
No Brasil, existem 45 milhões de desbancarizados, ou seja, pessoas que não têm conta bancária ou acesso a serviços financeiros. Mas esse público movimenta cerca de R$ 800 bilhões anualmente no mercado.
A pesquisa “Dismorfia financeira”, realizada pelo will Bank, fintech fundada há seis anos pelo engenheiro naval Felipe Felix, mostra que 7 em 10 brasileiros não descrevem sua relação com o dinheiro de forma positiva.
O nome do estudo faz alusão à dismorfia corporal, transtorno de disfunção de imagem em que a pessoa não consegue se enxergar como é.
Dismorfia financeira
O nome do estudo faz alusão à dismorfia corporal, transtorno de disfunção de imagem em que a pessoa não consegue se enxergar como é. Em relação às finanças, o termo se refere à dificuldade de enxergar e se relacionar de forma saudável com o dinheiro. A pesquisa inédita, lançada por nós este ano, ouviu 2 mil pessoas em todo o país e traz um retrato desse cenário sob a ótica emocional: 7 em 10 brasileiros não descrevem sua relação com o dinheiro de forma positiva. Mas o estudo não é sobre falta de dinheiro, vai além do óbvio, que é a desigualdade financeira e econômica do país, e nos dá uma dimensão real dos sentimentos que o brasileiro tem sobre este tema. Para nós, como um banco, foi transformador e urgente compreender esses comportamentos e entender que os dados revelam que os serviços financeiros perpetuam uma lógica que favorece padrões estabelecidos por aqueles em melhores condições, sem oferecer alternativas para quem enfrenta desafios diários nessa área. A pesquisa na íntegra está em nosso site.
Tecnologia
É por meio da tecnologia própria que conseguimos conceder crédito para milhões de pessoas que estavam, até então, à margem do sistema financeiro. O cartão de crédito é porta de entrada dos nossos 6 milhões de clientes, 30% deles são os que chamamos de “primeirinhos”, para quem o will disse o primeiro sim, dando o primeiro cartão de crédito de suas vidas. Toda a experiência é pensada para ser simples, por meio de um aplicativo de fácil uso e linguagem acessível. O will enxerga a pluralidade que temos no nosso país como um potencial e não apenas como um desafio. Para atender com excelência e personalização, por exemplo, desenvolvemos uma inteligência artificial própria que compreende expressões regionais brasileiras usadas em todo o país, visando a um atendimento mais diverso e eficaz. A tecnologia foi desenvolvida pela análise de mais de 6 milhões de mensagens enviadas por mais de 1 milhão de clientes e permitiu, a partir desse aprendizado, que o tempo de resposta do assistente virtual caísse pela metade, sem que os clientes precisassem modificar a maneira como se comunicam no dia a dia para serem compreendidos.
Cliente invisível
É muito importante falarmos sobre quem é esse cliente invisível. Acreditamos no crédito como um direito humano. É justo e imperativo que todos tenham acesso a ele para viver e realizar suas metas de vida. Nossa atuação está na inclusão de pessoas à margem do sistema financeiro, que não são acolhidas pelas instituições tradicionais. Entendemos que, a partir da inclusão dessas pessoas, acontece uma alavanca social e de pertencimento - estamos dando luz aos que não são vistos. À medida que o nosso cliente amadurece e evolui na relação com o dinheiro, vamos ofertando e incluindo novos produtos e serviços que contribuem para essa ascensão e protagonismo financeiro. Nossa proposta de dar crédito aos desbancarizados tem gerado resultados positivos. De acordo com o relatório de monitoração do CardMonitor, focado no Market Share dos emissores de cartões de crédito, o will subiu uma posição no ranking, se tornando a 14ª maior instituição financeira em volume transacionado em cartões de crédito. Se considerarmos apenas os “neobanks”, seguimos como o 4º maior em volume de transações.
Leia a entrevista na íntegra na edição de 6 de novembro de 2023