FluenceMedia quer usar o poder de influencers como canal às marcas
A penetração midiática dos notáveis das redes sociais é a base do novo negócio de Paulo Leal, que planeja consolidá-los como veículos de mídia
Ainda sócio da inglesa Samyroad, mas sem função executiva, Paulo Leal está apresentando às agências sua nova empresa, a FluenceMedia. A ideia é oferecer influencers como canais de mídia. Nas suas palavras, não é uma empresa de agenciamento, mas uma startup para estabelecer conexão das marcas, produtos e serviços com seus consumidores.
Leal fala que esses notáveis da era digital precisam ser tratados como veículos. E com inteligência para garantir retorno aos investimentos.
Para Leal, chegou a hora da segmentação total no mercado de influência, assim como eram revistas de arquitetura, moda, automobilismo, curiosidades, interesse geral e saúde, por exemplo. Assim sendo, o influencer vai oferecer os cinco pontos essenciais em um plano de mídia: cobertura; alcance; taxa de engajamento/interações; custo por mil; e impactos.
A estrutura da FluenceMedia já conta com Aline Felix, ex-gerente de conteúdo da Publicis Brasil, que vai atuar como head de planejamento; Gabriel Canela, ex-NET e Samyroad, que chega para gerenciar BI e pesquisa de mercado; e Claudia Amaral, ex-Caras, será a gerente-comercial.
Leal enfatiza que a utilização de influencers como canal de mídia corrige uma dicotomia.
“Não existe marketing de influência. O que há é o influencer que possibilita às marcas interagirem com públicos específicos. O marketing é a estratégia que está por trás de um plano de ação. Temos influencers com grande audiência que servem para conversar com vários públicos, como a TV faz. Usamos as métricas da TV para dar consistência aos nossos planos. Mas a especificidade exige um olhar segmentado do poder de cada influencer. A FluenceMedia nasce com 160 milhões de brasileiros seguidores de um casting próprio, com 30 influenciadores, além de meio de milhão de influencers cadastrados na sua plataforma”, detalha Leal.
Entre os influencers exclusivos da FluenceMedia estão Julio Cocielo, Chris Pitanguy, Erika Reis, Luciana Jimenes, Maurício Meireles, João Kleber e Carla Prata. “Os influenciadores têm seus territórios. Mas alguns deles conseguem ampliar penetração em mais de um segmento. A Chris Pitanguy tem mais de 400 mil seguidores no Instagram com interesse em luxo. Mas ela extrapola isso. O Gil do Vigor está associado à pauta LGBTQIA+, mas também é um influencer para educação financeira. Mas há algo que o influencer é imbatível: além de gerar conteúdo no seu contexto, ele faz o link para os canais de vendas. Algo que a TV tentou, mas não conseguiu. Essa é uma fortaleza que os anunciantes não abrem mão”, prossegue Leal.
A conexão da campanha com o canal de venda motivou a FluenceMedia a trazer uma novidade no seu portfólio de produtos. Leal está estruturando um marketplace voltado para o público LGBTQIA+. A ideia, como o Mercado Livre faz, é expor produtos adequados à linguagem do segmento. “Além do que é específico, os consumidores vão poder comprar coisas associadas ao bom gosto desse público. Na moda, na decoração e no turismo. Com embaixadores certos, as marcas vão poder se beneficiar nesse funil de influencers, que têm granulidade e atitude”.
O mercado possui mais de 1 milhão de influencers. E eles garantem aos anunciantes, nas palavras de Leal, o investimento de acordo com a verba disponibilizada. “Nos grandes veículos isso é quase impossível. Mas com o influencer, ficou mais fácil ser anunciante. As possibilidades são infinitas. E cabem no bolso”, destaca Leal.
A FluenceMedia já está com dois projetos em andamento. Um relacionado ao verão, que pode envolver os segmentos de moda, bebidas, gastronomia e turismo. Também está sendo estruturada uma ação para o Festival de Cinema de Cannes no próximo mês de maio. A ideia é levar influencers para fazer a cobertura do evento e tudo que está no entorno das cidades da Riviera Francesa. “Teremos um stand no Eden Rock para ouvir as estrelas”, finaliza Leal.